O
COTIDIANO FEMININO EM CONTOS DE LYGIA FAGUNDES TELLES E
CLARICE LISPECTOR
Lizandro Carlos Calegariã
1.
Nota introdutória
O propósito deste
trabalho consiste na análise da representação da mulher nos contos
Natal na barca, de Lygia Fagundes Telles e A imitação
da rosa, de Clarice Lispector. A pesquisa busca mostrar que
as atitudes das figuras femininas estão circunscritas dentro dos
limites impostos pela tradição patriarcal.
2.
Duas mulheres, um universo: uma leitura de Natal na barca,
de Lygia Fagundes Telles
O patriarcalismo
– enquanto um conjunto de normas elaboradas por um homem branco
e heterossexual – sempre esteve calcado em práticas autoritárias,
pois excluía certos grupos sociais do seu centro de interesse. Os
negros, os sujeitos homossexuais e as mulheres, por ameaçarem a
ordem das leis, tinham, ideologicamente, seus valores minimizados
perante a sociedade.
Em Natal na barca, Lygia Fagundes Telles resgata as mulheres
do ocultamento e lhes dá voz para externarem os seus dramas e sofrimentos
em meio a uma sociedade em cuja base estão subjacentes princípios
autoritários herdados do patriarcado.
O enredo, apesar de simples, deixa intervir uma série de elementos
que corroboram para uma reflexão mais apurada acerca do universo
feminino. Numa barca, em plenas comemorações das festas natalinas,
encontram-se quatro pessoas a velejar num rio: um velho, duas mulheres
e uma criança. A trama se desenvolve a partir da conversa dessas
duas mulheres, sendo que uma delas é a mãe da criança; a outra,
a narradora. O conto encerra-se com a chegada dos referidos viajantes
em algum lugar, provavelmente para comemorarem a festa de Natal.
A barca adquire um significado essencial neste conto. Ela pode ser
tomada como uma referência ao isolamento e à exclusão de certos
grupos sociais, dentre eles a mulher. No início do texto, a narradora
salienta:
Não
quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca.
Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia
bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas
quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante:
um velho, uma mulher com uma criança e eu [1] .
Nesse fragmento,
a narradora procura esquecer as razões que a levaram àquela barca,
ou seja, ela busca ignorar os reais motivos que a induziram à
sua segregação. Essa tentativa de apagar de sua memória o passado
está vinculada à imagem negativa do meio onde se encontram. Essa
idéia é assegurada no instante em que ela afirma que, em seu redor,
“tudo era silêncio e treva”.
A ideologia
patriarcal valeu-se de elementos autoritários para excluir as
mulheres (e outros grupos) da sociedade. Nesse processo, o patriarcalismo
projetou um movimento de violência que reduzia a mulher ao espaço
do cotidiano, subjugando-a aos anseios masculinos. Quando a mulher
saía dos limites circunscritos pelo ambiente doméstico, ela era
cooptada por diferentes mecanismos. A sua “solidão”, conforme
destaca o fragmento, constitui uma resposta a esse processo excludente.
Ainda nesse
trecho, são trazidos à tona alguns elementos que definem a exclusão
não apenas das mulheres, mas também de outros grupos sociais,
tais como os velhos e as crianças. A narradora caracteriza a referida
embarcação como “desconfortável” e “tosca”. Essa
caracterização remete à idéia de que a vida da mulher era relativamente
desprestigiada em qualquer instância social.
As caracterizações
fornecidas pela narradora não param por aí. Ela elabora detalhes
mais específicos acerca das pessoas que a acompanham, o que corrobora
na avaliação de sua conduta:
O
velho, um bêbedo esfarrapado, deitara-se de comprido no barco,
dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia.
A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança
enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto
escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura
antiga [2] .
A sociedade
ocidental tem mostrado um grande preconceito em relação à mulher.
Por muitos séculos, a figura feminina não tem sido devidamente
valorizada por suas capacidades. Ela foi vista, por um longo tempo,
exclusivamente como geradora e não enquanto sujeito capaz de desempenhar
outras funções. Nessa passagem, uma mulher carrega consigo o seu
filho, enquanto um homem descansa despreocupado. Essa relação
remonta certas estruturas familiares definidas pela ideologia
patriarcal: à mulher cabe a tarefa de cuidar e educar os filhos,
e aquele homem que apresenta algum desvio em relação a alguma
demanda social é rejeitado. Nesse caso, o velho, por ser um “bêbedo
esfarrapado”, tem seu valor diminuído: ele está dormindo,
ou seja, ele é indiferente à sociedade, pois não preenche qualquer
expectativa social.
As mulheres
sempre tiveram seus limites definidos pela sociedade patriarcal,
no entanto elas continuamente lutaram para fazer a sua história.
Em certa altura do conto, a narradora sugere a forma como elas
eram tratadas frente à sociedade. Pode-se inferir que elas eram
vistas com indiferença e descaso: “Ali estávamos os quatro,
silenciosos como mortos num antigo barco deslizando na escuridão.
Contudo, estávamos vivos”
[3] . Se a barca for tomada enquanto uma referência à exclusão
e às limitações impostas a certos grupos, então pode-se dizer
que as mulheres sempre foram resistentes às pressões sociais.
Isso porque a figura feminina, de uma forma ou de outra, sempre
esteve presente nos rumos da sociedade, embora suas ações tenham
sido ocultadas. Foram justamente essas pequenas reações que ganharam
impulso e fizeram com que elas fossem conquistando espaço na sociedade.
Conforme o
título do conto, o Natal se passa na barca. O Natal é a festa
da família, a barca é o cotidiano em que transita a figura feminina.
Portanto, pode-se afirmar que a estrutura familiar é mais assegurada
pela mulher do que pelo homem, embora esteja estipulada aquela
idéia de que tudo gravita em torno do homem.
Na conversa
empreendida entre as duas personagens sem nome ou lastro familiar,
uma delas expõe os cuidados e as lidas que tem com o filho que
se encontra doente:
A
criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra
o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com
um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se
exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era sereno.
- Seu filho?
–
É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena
achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava
bem mas piorou de repente. Uma febre, só febre... Mas Deus não
vai me abandonar.
............................................................................................................................................
– Seu marido está a
sua espera?
– Meu
marido me abandonou
[4] .
A partir desse
fragmento, observa-se que cabe à mãe realizar tarefas concernentes
aos cuidados familiares. À ela compete cuidar e educar os filhos;
ao homem, basta, muitas vezes, explorar a mulher sexualmente e contribuir
para que ela tenha filhos. Nessa passagem, a personagem explica
que o marido a abandonou e complementa:
Vivíamos
tão bem, mas tão bem! Foi quando ele encontrou por acaso essa
antiga namorada, me falou nela fazendo uma brincadeira, a Bila
enfeiou, sabe que de nós dois foi eu que acabei ficando mais bonito?
Não tocou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas
as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi
trabalhar. Antes de sair ainda fez assim com a mão, eu estava
na cozinha lavando a louça e ele me deu um adeus através da tela
de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não
gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio... Mas
eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou
uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto
da minha escolinha. Sou professora [5] .
A mulher sugerida
por Lygia Fagundes Telles neste conto é aquela que precisa satisfazer
uma série de atividades concernentes à sua vida doméstica e também
profissional. Ao mesmo tempo em que ela é uma mãe compromissada
com tarefas que visam ao bem-estar dos filhos, ela também é “professora”.
Portanto, a mulher mantém uma dupla jornada de trabalho: embora
tenha um emprego como forma de garantir o seu sustento, ela realiza
serviços de casa, o que não é muito comum ao homem.
Convém destacar,
nesse particular, que as mulheres, no século XX, introjetaram-se
em espaços até então não freqüentados. Essas conquistas, no entanto,
não garantiram a sua total liberdade, pois elas não se desvencilharam
por completo da ideologia patriarcal. Elas ainda se sentem no
dever de servir aos homens, e esses, pelo simples fato de não
estarem inseridos na proposta de mudança ideológica aderida pelas
mulheres, acabam discriminando e excluindo-as.
Nesse breve
conto, portanto, Lygia Fagundes Telles apresenta uma série de
traços que permitem refletir de modo inicial a situação das mulheres
na sociedade. Conforme se evidenciou, a mulher continua assumindo
papéis que, a rigor, atestam a sua submissão frente às demandas
sociais machistas em virtude das ideologias patriarcais a que
estão propensas.
O conto elabora
uma reflexão que se pauta no sofrimento, no abandono e nas limitações
de uma mulher. A propósito, esses mesmos traços podem ser verificados
em A imitação da rosa, de Clarice Lispector.
3.
O universo de Laura em A imitação da rosa, de Clarice
Lispector
Assim como
Natal na barca, de Lygia Fagundes Telles, o conto A
imitação da rosa, de Clarice Lispector, deixa marcas que possibilitam
uma reflexão acerca do universo feminino. Há, nesse último texto,
uma série de elementos que autorizam uma avaliação das influências
do patriarcado nas condutas das mulheres.
A trama do
conto está centrada na personagem Laura e parece estar dividida
em três segmentos. No primeiro, há um reencontro de Laura
com o ambiente, pois ela estava afastada de sua casa e de seu
marido por motivos não explicitados em momento algum no texto.
De imediato, ela tece comentários sobre a sua relação com o marido
e a casa e fala ainda do jantar que terá com o casal de amigos
João e Carlota. Antes da referida janta, ela decide mandar rosas
à amiga. Essa cena introduz a segunda parte do conto. Aí, ela
oscila entre o desejo e a recusa de dar o presente à Carlota.
No instante em que ela finalmente opta por enviar-lhe as flores
pela empregada, encerra-se o segundo segmento. Por fim, tem-se
a chegada de Armando, o marido, em casa. Esse quadro assinala
o fechamento do enredo.
Laura, em virtude
das influências das ideologias patriarcais, sempre procura atender
às prerrogativas do marido. Logo no início do conto, lê-se:
Antes
que Armando voltasse do trabalho a casa deveria estar arrumada
e ela própria já no vestido marrom para que pudesse atender o
marido enquanto ele se vestia, e então sairiam com calma, de braço
dado como antigamente. Há quanto tempo não fazia isso? [6]
Nesse fragmento,
há expressões lingüísticas que apontam para o comportamento de
Laura: primeiramente, tem-se o verbo “dever”; a seguir,
a expressão “para que pudesse atender o marido”. Com isso,
convém assinalar que Laura, ao que parece, é submissa a uma forma
de pensar diretamente atrelada à ideologia patriarcal. Enquanto
Armando está trabalhando, ela, em casa, está desenvolvendo atividades
em prol do marido.
Em nenhum
instante do conto, é feita alguma referência à Laura desenvolvendo
atividades que não fossem direta ou indiretamente ligadas ao ambiente
doméstico. Em certa altura do enredo, a sua face é caracterizada
nos seguintes termos: “Seu rosto tinha uma graça doméstica” [7] . Assim, as suas tarefas e os seus pensamentos estão voltados
para o lar e para o marido, conforme sugere outra passagem:
[P]lanejava
arrumar a casa antes que a empregada saísse de folga para que,
uma vez Maria na rua, ela não precisasse fazer mais nada, senão
1.º) calmamente vestir-se; 2.º) esperar Armando já pronta; 3.º)
o terceiro o que era? Pois é. Era isso mesmo o que faria
[8] .
Observa-se,
nesse trecho, que apenas duas preocupações são suficientes para
esgotar as “demandas” de Laura. A terceira proposição fica propensa
ao equívoco. A mulher sempre atendeu ao patriarcado sem questioná-lo.
Nessa passagem, assim como em outras, Laura não é levada a questionar
a ordem das estruturas sociais. Além disso, ela se considera ignorante:
“Quando lhe haviam dado para ler a ‘Imitação de Cristo’, com
um ardor de burra ela lera sem entender mas, que Deus a perdoasse,
ela sentiria que quem imitasse Cristo estaria perdido – perdido
na luz, mas perigosamente perdido”
[9] . Aqui, observa-se não apenas a auto-desvalorização da
personagem, mas também a sua submissão frente às ideologias religiosas.
O patriarcado muitas vezes explorou os mandamentos religiosos
cristãos em seu favor. Portanto, a igreja sempre exerceu influência
no comportamento social. Nesse trecho, está implícito que Laura
atende às premissas religiosas sem questioná-las, o que significa
que ela tem um comportamento direcionado e influenciado pelos
dogmas religiosos.
Além disso,
há várias passagens que chamam a atenção para o cansaço de Laura
em virtude de suas lidas domésticas. O que impressiona nesses
trechos é o fato de ela se orgulhar de sua exaustão, o que implica
a sua real dedicação às tarefas condizentes à casa e ao marido;
porém, nunca a ela:
Segurando
o copo quase vazio, fechou os olhos com um suspiro de cansaço
bom. Passara a ferro as camisas de Armando, fizera listas metódicas
para o dia seguinte, calculara minuciosamente o que gastara de
manhã na feira, não parava na verdade um instante sequer. Oh como
era bom estar de novo cansada [10] .
.................................................................................................................................
Mas
agora sentia-se todos os dias quase exausta e passara, por exemplo,
as camisas de Armando, sempre gostara de passar a ferro e, sem
modéstia, era uma passadeira de mão cheia. E depois ficava exausta
como uma recompensa [11] .
.................................................................................................................................
No
cansaço – passara as camisas de Armando, sem contar que fora de
manhã à feira e demorara tanto lá, com aquele gosto que tinha
em fazer as coisas renderem – no cansaço havia um lufar bom para
ela, o lugar discreto e apagado de onde, com tanto constrangimento
para si e para os outros, saíra uma vez. Mas como ia dizendo,
graças a Deus, voltara
[12] .
Essas passagens
definem o perfil feminino tradicional, ou seja, traçam considerações
que demostram a redução da mulher ao ambiente e às lidas domésticas.
Aliás, em nenhum momento, Laura questiona a ordem social: por que
o seu lugar era em casa e a do marido no trabalho? Nesse conto,
nunca há uma inversão de papéis. A mulher não se presta a executar
serviços ditos dos homens, e esses não se responsabilizam por tarefas
ditas das mulheres. A propósito, nesses últimos fragmentos, Armando
nunca está junto à esposa. Portanto, a rotina de Laura circunscreve-se
em atividades banais, próprias da casa, como ela mesma afirma:
O
que devia fazer, mexendo-se com familiaridade naquela íntima riqueza
da rotina (...) o que devia fazer era 1.º) esperar que a empregada
estivesse pronta; 2.°) dar-lhe o dinheiro para ela já trazer a
carne de manhã, chã-de-dentro (...); 3.º) começar minuciosamente
a se lavar e a se vestir, entregando-se sem reserva ao prazer
de fazer o tempo render
[13] .
Ao mesmo tempo
em que Laura se preocupa em dar ou não as rosas à Carlota, ela esboça
considerações sobre as quais é possível tecer reflexões atinentes
à influência da ideologia do patriarcado. Em certa altura do enredo,
ela comenta certos traços físicos e menciona o gosto de seu marido:
“Então, em matéria de olhos verdes, parecia-lhe que se tivesse
olhos verdes seria como se não dissesse tudo a seu marido”
[14] .
Essa
preocupação não é só de Laura. O narrador também atenta para o
olhar do marido:
[C]omo
ia dizendo, Carlota surpreendia com aquela Laura que não era inteligente
nem boa mas que tinha também seus sentimentos secretos. E Armando?
Armando a olharia com um pouco de bom espanto – pois é essencial
não esquecer que de forma alguma ela está sabendo que a empregada
levou de tarde as rosas! – Armando encararia com benevolência
os impulsos de sua pequena mulher, e de noite eles dormiriam juntos
[15] .
Nesse fragmento,
vários traços de Laura são ressaltados. De imediato, ela é caracterizada
como não sendo “inteligente”, o que, a rigor, é compensado
por ela ser “boa” e por ter “sentimentos secretos”
como toda mulher. A sua ignorância, em particular, faz com que o
marido a olhe com “um pouco de espanto”. Outro elemento que
compensa as mencionadas “falhas” de Laura é o fato de, à noite,
“eles dormirem juntos”. Portanto, a mulher é valorizada unicamente
em razão de que satisfaz os desejos do marido. Na
sociedade atual, Laura representa uma contingência de mulheres cuja
história e valores têm sido deixados em segundo plano. O homem,
fruto da ideologia patriarcal, moldou a mulher e lhe impôs normas
a ponto de elas próprias se desprestigiarem. Enfim, o homem ditava
as regras às mulheres. Essa idéia pode ser formulada na passagem
em que a protagonista afirma não ter sido ela quem escolheu as rosas
que comprara: “elas são lindas e são minhas, é a primeira coisa
linda e minha! e foi o homem que insistiu, não fui eu que procurei!
foi o destino quem quis!”
[16] . Ou seja, a mulher aceita o que lhe é imposto.
O
conto acaba com a chegada de Armando em casa.
4. Natal na
barca e A imitação da rosa: considerações finais
A partir dos
dois contos analisados, é possível estabelecer alguns paralelos
importantes, pois corroboram na reflexão das condições das mulheres
na sociedade atual. Tanto o texto de Lygia Fagundes Telles quanto
o de Clarice Lispector foram escritos no século XX, portanto centram-se
em situações que ainda podem ser resgatadas. Essas constatações
autorizam a refletir os papéis das mulheres em consonância com
a ideologia do patriarcado.
Em Natal
na barca e em A imitação da rosa, percebe-se que a
mulher tem seus valores minimizados, são excluídas e presas em
um universo esquecido/ignorado pela História: o cotidiano. Elas
não são unicamente omitidas pela História, mas, como se observou,
pelos próprios maridos, ou seja, os homens. Os preconceitos a
que estão submetidas reduziram-na aos cuidados do lar, dos filhos
e dos maridos (quando este ainda não a abandonou). Afora isso,
é visível a separação entre as tarefas ditas dos homens e as ditas
das mulheres, pois, para a sociedade patriarcal, é inconcebível
a inversão dos papéis.
Frente a isso,
ficam as perguntas: quais as condições sociais das mulheres na
sociedade atual? O que acontece com as mulheres que vêm conquistando
espaço no seio familiar? Enfim, como é definida a liberdade da
mulher? E como a literatura vem trabalhando com isso?
5. Bibliografia
LISPECTOR,
Clarice. A imitação da rosa. In: ____. Laços de família.
Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
TELLES,
Lygia Fagundes. Natal na barca. In: ____. Pomba namorada ou
uma história de amor & outros contos escolhidos. Porto
Alegre: L&PM, 1999.
ã Mestrando em Letras
(UFSM), participante do Projeto Integrado Literatura e Autoritarismo
/ CNPq.
[1] TELLES, Lygia Fagundes. Natal na barca. In: ____. Pomba
namorada ou uma história de amor & outros contos escolhidos.
Porto Alegre: L&PM, 1999. p. 41.
[6] LISPECTOR, Clarice. A imitação da rosa. In: ____. Laços
de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p. 34.