RELEVO

Para a descrição do Relevo do Rio Grande do Sul,considerou-se o trabalho de HERRMANN & ROSA (1990), que utilizou Mapa do IBGE, elaborado com base nos Mapas Geomorfológicos da Série Levantamento de Recursos Naturais do Projeto RADAMBRASIL. A metodologia adotada ordena os fatos geomorfológicos em três táxons. O primeiro constitui o domínio morfoestrutural, que é definido pelo agrupamento de fatos geomorfológicos provenientes de amplos aspectos geológicos. O segundo representa o subdomínio morfoestrutural, que se caracteriza por uma compartimentação reconhecida regionalmente. O terceiro é representado pelas unidades de relevo e refere-se aos compartimentos bastante individualizados, apresentando formas de relevo fisionomicamente semelhantes em seus tipos de modelados (mapa).

 

 

 

 

 

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Domínio Morfoestrutural dos Depósitos Sedimentares Quaternários

Compreende amplas superfícies, geralmente planas e baixas, resultantes da acumulação de sedimentos arenosos e areno-argilosos, depositados em ambientes marinhos, fluviais, lagunares, eólicos e colúvio-aluvionares.

 

Subdomínio Morfoestrutural dos Depósitos Sedimentares Litorâneos
Corresponde às amplas e extensas planícies de origem marinha, fluviomarinha e/ou fluvio-lacustre, que se desenvolvem na forma contínua ao longo do litoral. Apresenta formas planas, baixas, com altitudes entre 1 e 25 m, na sua maior parte, constitui-se por depósitos arenosos do Quaternário, oriundo tanto de áreas continentais como marinhas. Esses depósitos podem ser atuais ou subatuais e de origem aluvionar, lacustre, eólica ou marinha. A formação de restingas isolou do mar porções líquidas constituindo inúmeros lagos onde deságuam alguns rios provenientes da área planáltica.

 

A - Unidade de Relevo Planície Gaúcha
Com uma extensão de aproximadamente 41.594 km2, que vai desde Chuí (Rs) até Garopaba (SC). Por apresenta uma vasta extensão e diversificados ambientes de depósitos sedimentares, identifica-se na área, três setores: Planície Marinha, Planície Lagunar e Planície Alúvio-Coluvionar.
Na planície marinha predomina um litoral retilíneo com suas praias estendendo-se por centenas de km e costa com forma alongada, com avanço para o mar. Nela predominam os modelados eólicos com formações dunares ativas ou localmente semi-estabilizadas pela vegetação. Os terraços marinhos são bastante evidentes, alguns com presença de sucessivos cordões de restinga, por vezes paralelos entre si.
A Planície Lagunar, situada entre as Planícies Litorâneas à leste e alúvio-coluvionar a oeste, está associada às Lagunas. Caracteriza-se por uma área plana, homogênea, sem dissecação, onde dominam os modelados de acumulação representados pelas planícies, cordões, terraços lacustres e pelos grandes corpos lacustres inscritos entre os maiores do país.
A Planície Alúvio-Coluvionar corresponde à borda oeste da Planície Gaúcha, no contato com a unidade de relevo Planalto Sul-Rio-Grandense. Constitui superfície descontínua com formas planas e pouco inclinadas. A área é drenada pelos baixos cursos de inúmeros rios, os quais, em sua maioria, deságuam nas lagunas, como os rios Camaquã, Arroio Grande, Pelotas, Piratini, Chasqueiros Grande, Jaguarão e Arroio Pirapó.

 

Subdomínio Morfoestrutural dos Depósitos Sedimentares Interioranos

Refere-se às áreas de depósitos holocênicos, localizados ao longo dos grandes rios, destacando-se as planícies dos rios Jacuí e Ibicuí.


B - Unidade de Relevo Planícies dos Rios Jacuí-Ibicuí
Esses rios apresentam ao longo de suas margens, bem como nas margens de seus afluentes, amplas áreas de acumulação fluvial, com uma extensa de 27.562 km2. As margens baixas e planas desses rios e seus afluentes, resultantes da acumulação fluvial, apresentam áreas brejosas sujeitas a inundações periódicas, correspondentes às várzeas atuais ou áreas levemente inclinadas, apresentando rupturas de declive em relação à várzea e ao leito dos rios (terraços fluviais).
Essas áreas de baixa declividade (0 a 2 %) apresentam sedimentos Quaternários com variação textural (depósitos arenosos, areno-argilosos e cascalhos), permeabilidade e erosão variáveis e com lençol freático próximo ou na superfície (áreas periodicamente ou permanentemente alagadas), favorecendo o escoamento superficial, com possibilidade de formações de sulcos ou ravinas. Os vales das bacias desses rios são geralmente largos e de fundo plano.
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Domínio Morfoestrutural das Bacias e Coberturas Sedimentares

Esse domínio morfoestrutural corresponde ao de maior extensão espacial do Estado. Corresponde, em termos geológicos, à Província Paraná, que engloba litologias sedimentares de idades paleozóicas e mesozóica que afloram nas partes mais orientais, efusivas juracretácicas que representam mais da metade de sua extensão, bem como arenitos supraderrames em pequenas extensões de seus setores noroeste e sudoeste.

Subdomínio Morfoestrutural da Bacia e Coberturas Sedimentares do Paraná

Este Subdomínio configura uma entidade morfoestrutural responsável, em grande parte, pelos arranjos de relevo ocorrentes na Região Sul do Brasil.
Sob o ponto de vista geomorfológico, corresponde esta entidade a um vastíssimo planalto monoclinal, inclinado para o oeste em conseqüência do mergulho das rochas da Província Paraná que, em sua parte oriental, apresentam tal sentido. Esse fato faz as cotas altimétricas variarem de 1.200 m, na parte leste, para menos de 150 m nas porções mais ocidentais do subdomínio.
A denominação genérica de planalto dada à superfície encerra algumas diferenças nas feições geomorfológicas existentes, sendo encontradas tanto áreas intensamente dissecadas quanto fracamente dissecadas, bem como extensas áreas planas. A presença de litologias de resistências diferentes gerou, neste subdomínio, duas linhas de escarpas que, em alguns trechos, constituem cuestas.

C - Unidade de Relevo Depressões Periféricas da Bacia do Paraná

O maior segmento, com 32.134 km², localizado na porção central do Rio Grande do Sul, encontra-se intercalado com as seguintes unidades de relevo, ao norte, com os Patamares da Bacia do Paraná e com o Planalto das Araucárias; a oeste, com o Planalto da Campanha Gaúcha; e, ao sul, contornando em forma de arco, com o Planalto Sul-Rio-Grandense.
Este segmento, conhecido como Depressão Central Gaúcha, constitui uma área sem grandes variações altimétricas, sendo que as maiores cotas se situam ao redor de 200 m, onde dominam as amplas e alongadas formas de topos convexos ou planos, cujas encostas caem suavemente em direção aos vales, com aprofundamentos médios em torno dos 40 m. Essas formas de relevo são conhecidas, regionalmente, como coxilhas.
Esses modelados estão relacionados ao trabalho erosivo dos rios Jacuí e Vacacaí, correndo no sentido oeste-leste, que corresponde à Depressão Transversal (proposta por Valverde, 1957) e dos rios Santa Maria, Ibicuí da Armada e Negro no sentido sul para norte e pelo Rio Ibicuí-Mirim de leste para oeste, os quais comandam uma rede de drenagem de padrões dendríticos e subdendríticos.
Ao lado dessas formas de relevo ocorrem vastas superfícies planas, rampeadas, recobertas por colúvio e com dissecação incipiente, localizadas geralmente a norte da unidade, entre o sopé da escarpa da Serra Geral e as coxilhas que contatam com as faixas aluvionares do Rio Jacuí.
Nas áreas de relevo de topo plano, como no trecho compreendido entre Cachoeira do Sul e Santa Maria, o nivelamento dos topos mostra truncamento das rochas, cujo fato pode estar relacionado à presença de rochas mais resistentes, que funcionariam como camada mantenedora ou seriam remanescentes de um pediplano.
Ocorrem, ainda, áreas onde o relevo se apresenta mais dissecado, configurando colinas de topo convexo e encostas íngremes, com ocorrência de linhas de pedra, localizadas, principalmente, a leste do Rio Santa Maria e entre o vale do Rio Jacuí e borda do Planalto Sul-Rio-Grandense.
O contato entre a Depressão Periférica e o Planalto da Campanha Gaúcha, a sudeste, e das Araucárias, a norte, é brusco e escarpado, encontrando na superfície da depressão e em toda a faixa de contato inúmeros residuais de topo tabular e, junto ao sopé desses residuais encontram-se formas de colinas bastante amplas.

D - Unidade de Relevo Patamares da Bacia do Paraná

Os Patamares da Bacia do Paraná constituem uma área interplanática localizada entre os relevos esculpidos em rochas cristalinas e aqueles talhados sobre rochas efusivas, circundando o Planalto das Araucárias, no Brasil, desde o limite com o Estado de São Paulo até, aproximadamente o município de Santa Maria (RS).
Nos setores sudeste e sul, os Patamares da Bacia do Paraná correspondem à borda do Planalto das Araucárias, identificados por Justus, Machado e Franco, em 1986, com os nomes de Serra Geral e Patamares da Serra Geral. Essa borda é representada por terminais escarpados, festonados e profundamente dissecados pela erosão fluvial, que deixou, nas vertentes abruptas, um sucessivo escalonamento de patamares estruturais. Os patamares escarpados representam testemunhos do recuo da linha de escarpa e se apresentam como esporões enterfluviais alongados e irregulares, que se interdigitam com a Planície Gaúcha ou com a Depressão Periférica da Bacia do Paraná, representada, nessa área, pela Depressão Central Gaúcha.
As cotas altimétricas no sopé da Serra Geral estão entre 650 a 750 m.
O encaixamento da rede de drenagem, segundo direções estruturais, gerou desníveis altimétricos superiores a 400 m. Os vales fluviais nas áreas de nascentes desenvolvem verdadeiros canyons como o que ocorre em um dos formadores do Rio Mampituba na divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, conhecido como Itaimbezinho e que constitui um ponto de atração turística. O entalhe profundo expõe, no fundo de alguns vales fluviais, blocos de rochas cristalinas, embora a litologia da área seja sedimentar.

E - Unidade de Relevo Planalto das Araucárias
O planalto desenvolve-se desde a escarpa modelada em litologias do Grupo São Bento, a leste, até os limites internacionais com a Argentina, a oeste. Ao norte, no Rio Grande do Sul, vai até o Rio Uruguai e ao sul tem seus limites meridionais localizados nas proximidades das planícies do Jacuí-Ibicuí.
As características morfológicas encontradas no planalto são, em função das diferenciações litólicas, heterogêneas. As diferenciações dizem respeito, principalmente, à Formação Serra Geral, que constitui o substrato litológico fundamental, bem como à cobertura de arenitos cenozóicos que ocorre em sua porção sudeste (Formação Tupanciretã).
A Formação Serra Geral é constituída por uma seqüência espessa de rochas vulcânicas predominantemente básicas, mas que contém, também, termos ácidos, mais abundantes na porção superior dos derrames.
Essa diferenciação entre efusivas básicas e ácidas corresponde, geralmente, a variações nos tipos de modelados existentes, que vão desde áreas planas mais ou menos conservadas até setores onde a dissecação, comandada pelos principais cursos de drenagem, propiciou a formação de relevo intensamente fragmentado.
As áreas mais conservadas correspondem aos topos regionais e pertencem a restos de uma superfície de aplanamento, já tendo sofrido remanejamento posterior à elaboração da superfície à qual pertenciam. Sua distribuição espacial é feita em blocos de relevos isolados por áreas intensamente dissecadas, sendo sua ocorrência mais freqüente no setor oriental da unidade.
Essas áreas planas, conservadas, constituem os topos regionais e correspondem, geralmente, às áreas de ocorrência das rochas efusivas ácidas, sendo conhecidas regionalmente com o nome de Campos Gerais. Nas áreas onde ocorrem as rochas efusivas básicas as características do relevo quase sempre se alteram. O modelado de colinas com pequena amplitude altimétrica que acompanha os eixos da drenagem, associado a solos férteis, propiciou um desenvolvimento extraordinário da agricultura.
Nas demais áreas onde ocorrem as rochas efusivas básicas o relevo apresenta-se profundamente dissecado, com vales profundos e encostas em patamares. Esses setores contornam os topos regionais, isolando-se em blocos.
As cotas altimétricas mais elevadas do Planalto das Araucárias ocorrem em sua parte leste, ultrapassando 1.200 m próximo à escarpa conhecida como Serra Geral (cuesta da serra geral). Na porção oeste, as cotas decaem gradativamente em direção à parte da Bacia Sedimentar do Paraná, atingindo, no máximo, 300 m. Esse caimento topográfico generalizado está diretamente relacionado ao mergulho das camadas da bacia sedimentar, caracterizando o relevo da unidade como um planalto monoclinal.
Deve-se observar, também, a variação da altimetria em função do aprofundamento da drenagem do Rio Uruguai, que apresenta vales encaixados em vários trechos com desníveis entre as partes interfluviais e o fundo do vale, acentuados em função da potência e do gradiente do rio, que pode atingir 400 m.
No extremo sudeste, na área correspondente ao Planalto das Missões o modelado é de colinas e lombas esbatidas e alongadas no sentido dos eixos da drenagem. Regionalmente, as lombas e colinas são conhecidas com o nome de coxilhas, constituindo uma característica bastante conspícua da área.

F - Unidade de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha
Corresponde à porção sudoeste do Domínio da Bacia e Coberturas Sedimentares do Paraná e constitui uma unidade geomorfológica, localizada exclusivamente no Rio Grande do Sul, ocupando uma área de 30.395 km2. Encontra-se balizada a oeste pelo Rio Uruguai, fronteira com a Argentina, a sul com o Rio Quarai, fronteira com o Uruguai, à leste contata-se com a Unidade Geomorfológica Depressões Periféricas, através de rebordos escarpados onde os desníveis são em torno de 200 m. A norte, avança de modo fragmentado sobre a Unidade Geomorfológica Planalto das Araucárias.
A morfologia generalizada plana, suborizontalizada que caracteriza a unidade, foi esculpida em rochas efusivas da Formação Serra Geral e, secundariamente, em arenitos da Formação Botucatu.
Geomorfologicamente, é comum a ocorrência de um relevo de aplanamento retocado desnudado nas áreas interfluviais identificadas como coxilhas, destacando as de Santana da Cruz, Maçambará, do Espinilho e do Caverá e uma ampla superfície de aplanamento em situações topográficas superiores que descem em rampas em direção aos extensos terraços fluviais do Rio Uruguai. A área entre os dois níveis de aplanamento refere-se a uma dissecação representada por formas de colinas com pequenos aprofundamentos dos vales que estão associados à erosão fluvial, nas nascentes de drenos de ordem inferior, constituindo a variável mais importante na degradação do relevo.
Todos esses drenos constituem afluentes do Rio Uruguai, destacando-se os rios Piratini, Icamaquã, Butuí, Ibicuí, do médio curso até a foz e seus afluentes os rios Itu e Ibirapuitã, além do Quarai.
Uma das características que individualizam a unidade é a ocorrência de extensas áreas de depósitos aluvionais holocênicos, que ocorrem em ambas as margens desses rios, compostos de areias, cascalhos e sedimentos sítico-argilosos, constituindo, na maioria dos casos, terraços fluviais e planícies.
Outra feição geomorfológica de destaque na unidade é o relevo residual do cerro do Jaraú, localizado no sul da unidade, entre os interflúvios dos arroios Quarai-Mirim e Garupa, afluentes do Rio Quarai. O cerro Jaraú apresenta-se como uma estrutura circular interiormente erodida e recortada por entalhes fluviais profundos, com aspectos de parte de um domo estrutural de forma elíptica e assimétrica, devido à borda norte mais elevada.
A altitude situa-se entre as cotas de 200 e 300 m, com desnível superior a 100 m em relação às áreas relativamente planas que o circundam, as quais são constituídas por rochas efusivas básicas, enquanto o cerro do Jaraú expõe, no seu interior arenitos e siltitos da Formação Rosário do Sul e, nas borda elevadas, rochas areníticas da Formação Botucatu
Uma característica peculiar na unidade refere-se à constatação de inúmeras áreas com riscos de "desertificação", que se destacam tanto pela ocorrência como pelos problemas advindos do desequilíbrio ambiental. Estas áreas estão associadas à presença do arenito da Formação Botucatu. A ação do vento mobiliza as partículas de material inconsolidado composto, predominantemente, por areias finas, empilhando-as em forma de mantos e vestígios eólicos.
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Domínio Morfoestrutural dos Embasamentos em Estilos Complexos

O presente domínio localiza-se, no Rio Grande do Sul, junto à borda oriental ou imediatamente próxima, correspondendo ao núcleo de rochas pré-cambrianas do Embasamento Cristalino. Estas rochas, altamente metamorfizadas, falhadas e dobradas, por suas características estruturais e petrográficas, foram individualizadas e agrupadas em várias unidades litoestratigráficas, destacando-se o Complexo Canguçu, que corresponde a associações litológicas de maior ocorrência na área.
Soma-se às unidades litoestratigráficas a ocorrência de suítes intrusivas graníticas. Além de depósitos sedimentares localizados, de idades carboordiviciana e terciária.
A complexidade geológica evidencia-se no relevo através de uma intensa dissecação, apresentando uma heterogeneidade de tipos de modelados, compondo um único subdomínio morfestrutural, denominado de Embasamentos do Sul.

Subdomínio Morfoestrutural Embasamentos do Sul

Limita-se a leste, com o Subdomínio Depósitos Sedimentares Litorâneos e, no restante, limita-se inteiramente com o Subdomínio da Bacia e Coberturas Sedimentares do Paraná.
Genericamente, as formas de relevo que têm como suporte as litologias pré-cambrianas do Complexo Canguçu apresentam uma variedade de formas de relevo.

G - Unidade de Relevo Planalto Sul-Rio-Grandense

É assim denominada em função da sua localização na porção centro-meridional do Estado. Corresponde à área de ocorrência do Escudo Sul-Rio-Grandense (denominado por Carvalho em 1932) e que se consagrou chamar serras de sudeste.
Com uma extensão de 46.742 km2, possui uma forma triangular, tendo numa das extremidades dos seus vértices uma mancha descontínua onde se localiza a capital do Estado, Porto Alegre.
Encontra-se limitada a norte, leste e sudoeste, sem ruptura de declive, pela Unidade de Relevo Depressão Central Gaúcha, onde pequenas áreas contatam diretamente com as Planícies dos Rios Jacuí-Ibicuí. A leste limita-se inteiramente com a Planície Gaúcha.
O Rio Camaquã, que deságua na lagoa dos Patos, constitui o principal eixo de drenagem, configurando, em uniformidade com seus afluentes, um padrão de drenagem dendrítico e subdendrítico.
A complexidade da estrutura geológica, dada pelas rochas pré-cambrianas, caracteriza uma paisagem apresentando desde relevos intensamente dissecados bem como ocorrências de áreas fracamente dissecadas, em posição de topo.
A justaposição de camadas dobradas de resistências diferentes evidencia-se no relevo através de saliências, configurando marcas de enrugamento, cristais e barras de relevo dobrado.
As áreas que correspondem aos relevos mais elevados, com altitude ao redor dos 400 m, onde se localizam, entre outras, as cidades de Canguçu, Caçapava do Sul, Encruzilhada do Sul, Piratini, Dom Feliciano e Erval, genericamente apresentam-se dissecadas em forma de colinas, ocorrendo áreas de topo plano ou incipientemente dissecadas, constituindo remanescentes de antiga superfície de aplanamento.
As formações superficiais são rasas, encontrando-se, também rocha exposta formando lajedo, ao lado de pavimentos dendríticos.
Nas encostas de declive forte, encontram-se matações, principalmente onde ocorrem granitos e gnaisses além de linhas de pedra.
As áreas de topo, representadas por planaltos residuais, constituem divisores de água entre os rios Jacuí e Camaquã e apresentam, de modo geral, topos convexos e isoladamente estreitos, configurando cristas. As vertentes são íngremes com manto de alteração pouco espesso, ocorrendo muitas vertentes com afloramento rochoso.
Os vales e sulcos estruturais, bem como as escarpas e linhas de falhas, são devidos às influências litoestruturais de rochas metamórficas e magmáticas do Complexo Canguçu e também das Suítes Graníticas.
Na porção sul da unidade, os relevos mais elevados constituem uma área dissecada de topos convexos, estreitos e vertentes íngremes, ocorrem também áreas pediplanadas, onde a atuação da drenagem foi fraca.
As áreas intensamente dissecadas posicionadas altimetricamente entre as cotas 100 e 200 m encontram-se balizando toda a unidade e isolando os relevos elevados, cujos contatos se fazem, em muitos trechos, através de escarpas e ressaltos topográficos. Localizam-se em Bagé, Pedro Osório, Dom Pedrito, Santana do Boa Vista e Camaquã.
As feições geomorfológicas configuram colinas, interflúvios tabulares, com afloramentos rochosos e, secundariamente, cristas. As linhas de cumeada de forma alongada seguem a direção do alinhamento principal do relevo SE para NO e SO para NE, sendo interrompidas por selas e colos.
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Depósitos Sedimentares Quaternários Depósitos Sedimentares Quaternários Depósitos Sedimentares Quaternários Bacias e Coberturas Sedimentares Bacias e Coberturas Sedimentares Embasamentos em Estilos Complexos