Latossolo
Vermelho-Escuro e Latossolo Vermelho Escuro Húmico (Latossolos)
São solos
com horizonte B latossólico com baixa capacidade de permuta
de cátions, baixa relação textural B/A, baixos
conteúdos de silte e alto grau de intemperismo.
Apresentam coloração tipicamente avermelhada nas matizes
2,5YR e 10YR. A textura pode variar desde média até
muito argilosa e, mais comumente, tem como material de origem o arenito,
siltito, folhelho, argilito, gnaisse e granito; daí derivando
os menores teores totais de Fe2O3 que apresentam, geralmente entre
8-18,0%.
Ocorrem esparsamente em quase toda a Região Sul, nas Unidades
de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha, Planalto das Araucárias
e Patamares da Bacia do Paraná, predominantemente, em relevo
suave ondulado. Geralmente são álicos e distróficos,
mas podem ser encontradas áreas de eutróficos, principalmente,
quando se desenvolvem de rocha calcária ou de arenitos com
cimentação calcária.
Quando de textura média, geralmente são bastante profundos
e permeáveis e a estruturação no horizonte A
é relativamente pobre. Por isso, quando intensivamente cultivados,
apresentam alta susceptibilidade à erosão hídrica,
com a formação de sulcos profundos que rapidamente evoluem
em voçorocas, quando do mau uso. As práticas conservacionistas
de suporte, tais como preparo e plantio em contorno, cultivos em faixas
e terraceamento, aliadas à manutenção da cobertura
vegetal permanente, adubação verde, rotação
de culturas e a manutenção e/ou incremento dos teores
de matéria orgânica, são indispensáveis
para o manejo mais racional desses solos. Estas recomendações
aplicam-se também, quando possuem textura mais argilosa embora,
nesse caso, apresentem uma resistência natural um pouco maior
aos agentes erosivos.
Como a maioria apresenta baixa fertilidade natural, com elevados teores
de alumínio trocável, a calagem constitui prática
indispensável para a melhoria de suas características
químicas. São muito utilizados para o cultivo de soja,
trigo, feijão, batatinha, além de pastagens e reflorestamento.
Observa-se, atualmente, uma intensa degradação física
destes solos, dado o alto grau de revolvimento a que são submetidos
no seu preparo, aumentando sua susceptibilidade a erosão hídrica.
A vegetação primária dominante sobre estes solos
é a Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila
Mista e Savana.
Quando tem como característica teores de carbono orgânico
superiores a 1,0% a 1 m de profundidade, textura argilosa, CTC mais
alta na superfície, diminuindo com a profundidade, tem-se,
então, o Latossolo Vermelho Escuro Húmico. São
encontrados nos Municípios de Carazinho, Santa Bárbara
do Sul e Palmeiras das Missões, principalmente.
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Latossolo Roxo
(Latossolos)
Compreende solos
minerais com horizonte B latossólico, desenvolvidos de rochas
eruptivas básicas, com teores de Fe2O3 superiores a 18,0%.
Apresentam colorações tipicamente avermelhadas, dentro
dos matizes 2,5YR e 10R e textura argilosa ou muito argilosa dentro
do perfil.
A transição entre os horizontes é geralmente
gradual a difusa, tornando a diferenciação difícil
de ser visualizada, a não ser nos húmicos, onde as diferenças
entre os horizontes A e B são mais perceptíveis.
Diferenciam-se dos Latossolos Vermelho-Escuros argilosos por apresentarem
mais altos teores de Fe2O3 e pela forte atração ao ímã.
Estão sob vegetação primária do tipo Floresta
Estacional Decidual e Floresta Ombrófila Mista e Savana.
Ocorrem, geralmente, nas áreas mais conservadas de relevo suave
ondulado e em menor extensão no ondulado, fato que, aliado
as suas excelentes propriedades físicas (boa estrutura e porosidade
total elevada), os qualifica como solos de boa potencialidade agrícola,
apesar de quase sempre apresentarem baixa fertilidade natural.
São altamente friáveis quando úmidos, com estrutura
forte muito pequena granular, conhecida como "pó-de-café",
podendo apresentar estrutura fraca à moderadamente desenvolvida.
As boas características físicas naturais destes solos
induzem, geralmente, a uma utilização agrícola
bastante intensiva, pois são muito profundos e ocorrem em áreas
facilmente mecanizáveis. Entretanto, devido a sua textura argilosa,
o uso de máquinas pesadas e as práticas de preparo convencionais
com revolvimento intensivo do solo, na maioria das vezes fora do teor
adequado de umidade, têm provocando uma rápida degradação
física dos mesmos. É comum a formação
de crostas superficiais e camadas compactas subsuperficiais, entre
10 e 20 cm de profundidade, que conduzem a sérias perdas de
solo por erosão hídrica. São utilizados com soja,
trigo, cevada, centeio e aveia, principalmente.
A principal limitação ao uso agrícola destes
solos é a baixa fertilidade natural que apresentam. A prática
de calagem e as adubações, notadamente com fósforo
e potássio, são imprescindíveis para a manutenção
de altos níveis de produtividade, visto que na sua condição
natural são ácidos e muito pobres em bases e fósforo,
além de apresentarem nula ou muito baixa reserva de nutrientes
essenciais às plantas. Eventualmente podem ocorrer perfis eutróficos.
Localizam-se nas Unidades de Relevo Planalto das Araucárias
e Planalto Central da Bacia do Paraná.
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Terra Bruna
Estruturada (Nitossolos)
São solos minerais não hidromórficos com horizontes
B textural, nem sempre positivamente identificado como tal. A profundidade
dos perfis varia de 100 a 150 cm.
Ocorrem em regiões de altitudes mais elevadas, dentro da Unidade
de Relevo Planalto das Araucárias. O horizonte A, que varia
de 25 a 60 cm, é geralmente do tipo proeminente, ou apresenta
caráter húmico. O horizonte B, argiloso ou muito argiloso,
apresenta coloração tipicamente brunada, principalmente
no matiz 7,5YR.
O gradiente textural baixo e os aspectos discutíveis de cerosidade
que apresentam são fatores condicionantes ao enquadramento
nos solos com horizonte textural. Entretanto, apresentam nítido
desenvolvimento de estrutura em blocos subangulares no B, de grau
moderado ou fraco. O que os torna diferentes neste aspecto é
a menor profundidade dos perfis em relação aos Latossolos
Brunos.
Uma característica marcante desta classe de solos pela capacidade
de contração com perda de umidade, e isto é evidenciado
pela presença de uma macroestrutura prismática nos cortes
de estrada expostos à secagem.
São derivados de rochas eruptivas básicas e intermediárias,
o que condiciona um teor variável de Fe2O3, mas normalmente
superior a 10,0%.
Ocorrem em relevo ondulado e forte ondulado e a vegetação
primária é a Savana e a Floresta Ombrófila Mista.
Apresentam fertilidade natural muito baixa, são ácidos
e com elevada quantidade de alumínio trocável, que exige
grande quantidade de calcário para neutraliza-lo, além
do que o teor de fósforo muito baixo é outro fator limitante
para a produção agrícola. São utilizados
principalmente com soja, milho, alho, batatinha, fruticultura e pastagens.
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Terra Bruna Estruturada Intermediária para Terra Roxa
Estruturada (Nitossolos)
Compreende solos
minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural,
argila de atividade baixa, estrutura em blocos subangulares moderadamente
desenvolvida, cerosidade em grau e quantidade variáveis, mas
sempre presente.
A sua coloração é bruno-avermelhada nos matizes
2,5YR a 5YR. Mesmo no matiz 2,5YR, observa-se tonalidade menos avermelhada
quando se comparam amostras destes solos com as das Terras Roxas Estruturadas
típicas, evidenciando aí o seu caráter intermediário.
Apresentam seqüência de horizontes do tipo A, Bt e C, com
baixo gradiente textural, derivados de rochas efusivas básicas,
com teores de Fe2O3 sempre superiores a 15,0%.
Possuem fertilidade natural variável e baixa disponibilidade
de fósforo. Ocorrem na Unidade de Relevo Planalto das Araucárias,
normalmente em relevo ondulado e forte ondulado, sob vegetação
de Savana e Floresta Ombrófila Mista.
Os solos desta classe são predominantemente utilizados com
milho, trigo, soja e pastagem.
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Terra Roxa
Estruturada (Nitossolos)
Representa solos com horizonte B textural, não hidromórficos,
desenvolvidos de rochas eruptivas básicas, com teores de Fe2O3
sempre iguais ou superiores a 15,0%.
São solos com profundidade entre 100 e 200 cm, com textura
argilosa ou muito argilosa e relação textural inferior
a 1,5. Apesar disso, são enquadrados no grupamento de solos
com B textural, pois possuem cerosidade de moderada a forte em quantidade
pelo menos comum ano horizonte B.
O horizonte A possui entre 20 e 40 cm de espessura, cores vermelho-escuras
e estrutura geralmente granular ou em blocos, pequena a muito pequena.
O horizonte B apresenta coloração avermelhada nos matizes
2,5YR e 10YR, com estrutura em blocos subangulares ou angulares moderada
a fortemente desenvolvida, normalmente com cerosidade forte abundante
e argila de atividade baixa.
Sua fertilidade natural é variável e são utilizados
principalmente com soja, trigo, milho, feijão e pastagem. Ocorrem
principalmente em relevo ondulado e forte ondulado, nas Unidades de
Relevo Planalto da Campanha Gaúcha e Planalto das Araucárias,
sob vegetação de Floresta Estacional Decidual, Floresta
Ombrófila Mista e Savana.
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Podzólico
Bruno-Acinzentado (Luvissolos)
Compreende solos
minerais, não hidromórficos, caracterizados pela presença
de horizonte B textural argiloso ou muito argiloso, com escurecimento
em seu topo, devido à migração e ao acúmulo
de matéria orgânica e conseqüente diferenciação
entre os horizontes, com valores médios a altos de atividade
de argila.
Estes solos apresentam como seqüência normal um horizonte
A1 seguido de um A2 aluvial, onde a coloração é
nitidamente mais clara. Este horizonte contrasta abruptamente com
o horizonte B textural, de coloração brunada ou amarelada
nos matizes 7,5YR e 10YR.
Desenvolvem-se, principalmente, a partir de rochas sedimentares de
granulação fina, tais como argilitos, siltitos e folhelhos,
bem como a partir de rochas do embasamento cristalino ou de efusivas
ácidas e intermediárias referidas à Formação
Serra Geral (riodácitos, principalmente) e estão sob
vegetação de Floresta Estacional Decidual.
Ocorrem em solos de relevo desde suave ondulado até forte ondulado,
dentro da Unidade de Relevo Planalto das Araucárias. Devido
ao fato de possuírem, em geral, boa diferenciação
textural entre os horizontes A e B, com estrutura relativamente pobre
no horizonte A, são solos que apresentam comumente grande susceptibilidade
a erosão hídrica, principalmente nas áreas de
relevo mais movimentado.
Possuem fertilidade variável, desde álicos até
eutróficos. Quando álicos, as práticas de calagem
e adubação são essenciais para a sua utilização.
Estes solos são intensamente utilizados com uva, feijão,
milho, batatinha, fumo, pastagem, pêssego e erva-mate.
<<volta
Podzólico
Bruno-Acinzentado Planossólico (Luvissolos)
Compreende solos
minerais, com horizonte B textural, argila de atividade alta e concentração
de argila relativamente acentuada no horizonte subsuperficial, sendo
marcante a diferenciação entre os horizontes. Podem
apresentar ou não mudança textural abrupta, além
disso, têm morfologia e feições de hidromorfísmo
semelhante as dos Planossolos, diferindo destes por apresentar o topo
do horizonte B mais escurecido, cores brunas, bruno-amareladas ou
bruno-acinzentadas mais vivas e estrutura menos desenvolvida.
A seqüência de horizontes é do tipo A, Bt e C e
a profundidade do solum é em torno de 1 m, com horizonte A
moderado ou proeminente de textura média ou arenosa, podendo
ou não apresentar horizonte A2.
O horizonte B textural apresenta estrutura forte ou moderada, média
e pequena em blocos subangulares e textura argilosa ou média,
sendo os teores de silte usualmente elevados. É moderado ou
imperfeitamente drenado, refletindo-se na presença de gleização
em parte ou todo o horizonte B.
Situam-se nas Unidades de Relevo Depressões Periféricas
da Bacia do Paraná e Planícies dos Rios Jacuí-Ibicuí,
ocorrendo normalmente em relevo suave ondulado e plano, ocasionalmente
ondulado, numa posição intermediária entre os
Planossolos e os Podzólicos Vermelho-escuros.
A vegetação primária sobre estes solos é
a Floresta Estacional Decidual.
Parte destes solos é derivada de siltitos e arenitos da Formação
Rosário do Sul, do Triássico, constituindo a maior parte
da área. Nestes, os valores da soma de bases são mais
baixos e os teores de alumínio trocável, normalmente
elevados, mesmo nos solos eutróficos.
As principais limitações, para o uso agrícola
destes solos, referem-se a má drenagem e as suas propriedades
físicas, bem como a baixa fertilidade natural em algumas áreas.
São bastante susceptíveis a erosão, o que é
evidenciado pela ocorrência de voçorocas na área,
necessitando de práticas conservacionistas adequadas quando
utilizados com culturas anuais.
Grande parte destes solos é utilizada com pastagens, podendo
também dar bons resultados quando cultivados com soja, milho
e sorgo. Observa-se também na área cultivos de fumo.
<<volta
Podzólico
Vermelho-Escuro (Argissolos)
Compreende solos
minerais, não hidromórficos, caracterizados pela presença
de um horizonte B textural de coloração vermelho-escura,
bruno-avermelhada, bruno-avermelhado-escura e até vermelho-amarelada,
principalmente nos matizes 10R e 2,5YR e menos comumente no matiz
5YR (matizes mais vermelhos).
Possuem, em geral, um horizonte A do tipo moderado, embora possam
apresentar um horizonte A do tipo proeminente ou mesmo chernozêmico.
A maioria deles possui argila de atividade baixa no horizonte B, cuja
fração argila tem quase o predomínio da caulinita
e óxidos. A hematita é o óxido de ferro predominante,
responsável pela coloração avermelhada dos solos
desta classe.
Na classe proposta admita-se a ocorrência de perfis eutróficos,
distróficos ou álicos, embora apresentem, na maioria
dos casos, caráter distrófico ou álico.
A textura é muito variável e alguns solos apresentam
acentuado incremento de argila em profundidade (modalidades abrúpticas),
sendo a transição nestes casos geralmente clara ou abrupta,
enquanto que, em outros, o incremento é muito pequeno, particularmente
nos perfis mais argilosos, devendo nestes casos o solo satisfazer
os requisitos quanto à presença de cerosidade para ser
enquadrado na classe; nestes a transição é menos
evidente.
Desenvolve-se a partir de materiais de origens diversas exceto de
rochas básicas ou ultrabásicas. Devido a este fato,
os teores totais de óxidos de ferro (Fe2O3 ) situam-se entre
5 e 15,0 % e nunca superiores ao último valor.
Ocorrem em áreas de relevo desde suave ondulado até
forte ondulado, nas Unidades de Relevo do Planalto das Araucárias
e Depressões Periféricas da Bacia do Paraná e,
em geral, são bastante susceptíveis a erosão,
devido à presença do horizonte B textural.
Tem como vegetação primária a Floresta Estacional
Decidual, a Savana e a Estepe.
Sua fertilidade natural é baixa, com baixos valores de soma
e saturação de bases, e com quantidade de alumínio
elevada. A calagem e a adubação são fatores indispensáveis
para a obtenção de boas produções. São
utilizados principalmente com pastagens, soja, trigo, milho, feijão,
arroz e reflorestamento.
<<volta
Podzólico
Vermelho-Amarelo (Alissolos)
São solos
minerais, não hidromórficos, pouco profundos a profundos
(50-200 cm), caracterizados a pela presença de um horizonte
B textural de coloração vermelho-amarelada nos matizes
5YR, 7,5YR ou 10YR.
Normalmente possuem um horizonte A moderado, de cor clara, reflexo
da perda de argila e materiais corantes para o horizonte B.
O horizonte B geralmente apresenta acúmulo significativo de
argila, acompanhado ou não de cerosidade. A relação
textural na maioria dos casos é superior a 1,5 e, quando estes
valores são menores, o solo deve necessariamente apresentar
cerosidade pelo menos moderada e comum para ser enquadrado na classe.
Normalmente apresentam transições claras ou abruptas
entre os horizontes A e B, com cores claras no A e colorações
mais vivas no B.
Quanto à textura, apresentam inúmeras variações:
arenosa/média, arenosa/argilosa, média/argilosa ou mesmo
textura argilosa no A e B. Neste último caso, a transição
é menos clara e a relação textural mais baixa.
Dependendo do material de origem, podem apresentar cascalho ao longo
do perfil. Da mesma forma, a fertilidade natural é muito variável,
admitindo-se nesta classe a ocorrência de perfis álicos,
distróficos e eutróficos. A grande maioria deles, entretanto,
é distrófico ou álico, apresentando quase sempre
argila de atividade baixa (Tb).
Estes solos podem desenvolver-se de diferentes materiais de origem,
porém são sempre pobres em ferro. Nunca se desenvolvem,
portanto, sobre rochas básicas (basalto, por exemplo). Este
fato é responsável pelos baixos teores totais de óxidos
de ferro que apresentam, cujos valores situam-se normalmente na faixa
de 5 a 10,0% de Fe2O3.
Ocorrem em áreas de relevo desde o suave ondulado até
o forte ondulado nas Unidades de Relevo Patamares da Bacia do Paraná
e Planalto Sul-Rio-Grandense, sob vegetação de Floresta
Estacional Decidual e Semidecidual e Savana.
São utilizados, principalmente, com pastagens e culturas de
subsistência.
Quando apresentam mudança textural abrupta (dobro de argila
no B em relação ao A), recebem a denominação
de Podzólico Vermelho-amarelo Abrúptico. Estas variedades
são extremamente suscetíveis a erosão hídrica,
devido ao fato de que a água, ao percolar de forma relativamente
fácil no horizonte superficial, encontrando logo abaixo um
horizonte naturalmente adensado, tem sua velocidade de infiltração
drasticamente diminuída. Há assim, uma rápida
saturação dos poros no horizonte superficial, aumento
da lâmina de água na superfície, com conseqüente
aumento do escorrimento superficial e dos riscos de erosão,
normalmente nas áreas mais declivosas, onde estes solos ocorrem.
Este fato é normalmente agravado pelo baixo índice de
agregação no horizonte A, que apresentam.
<<volta
Brunizém
Avermelhado (Chernossolos)
Compreende solos
minerais, não hidromórficos, sempre com A chernozêmico
e horizonte B textural com argila de atividade alta e eutróficos
ao longo do perfil.
São constituídos geralmente por perfis pouco profundos
(50-100 cm) apresentando pedras à superfície e/ou misturadas
à massa de solo.
O horizonte A normalmente apresenta uma espessura de 25-40 cm, e o
horizonte B, de coloração avermelhada, varia de 30-60
cm.
O horizonte A chernozêmico, de coloração mais
escura que o B e com estrutura geralmente granular, distingue-se nitidamente
do horizonte B, onde há um maior acúmulo de argila e
a estrutura é em blocos angulares ou subangulares, fortemente
desenvolvida, sendo a cerosidade usualmente bem expressa. Apresentam
no topo deste horizonte (B1), muitas rachaduras quando o perfil está
seco.
São solos de fertilidade natural muito elevada, com altos valores
de pH e nulos ou muito baixos teores de alumínio trocável.
A soma das bases (S) no horizonte A geralmente supera os 10 meq/100
g de solo, sendo estes valores no horizonte B ainda mais elevados.
Desenvolvem-se quase sempre de rochas básicas, ígneas
ou não, ricas em cálcio e magnésio, ou de rochas
sedimentares que apresentam lentes ou intercalações
de calcário.
Apesar da ótima fertilidade natural que possuem, estes solos
comumente apresentam sérias restrições para uso
agrícola, devido ao fato de quase sempre ocorrerem em relevo
forte ondulado, serem muito pedregosos e apresentarem perfis com pouca
profundidade. Estas características constituem fatores de restrição
ou mesmo de impedimento ao uso de maquinaria agrícola e, além
disso, tornam os solos muito susceptíveis à erosão
hídrica, quando cultivados.
Ocorrem nas Unidades de Relevo Planalto das Araucárias e Patamares
da Bacia do Paraná e estão sob vegetação
primária de Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional
Decidual.
No Estado também são encontrados em relevo plano nas
várzeas dos rios Taquari, Caí, Três Forquilhas,
apresentando neste caso, perfis mais profundos derivados de material
alúvio-coluvionar proveniente do basalto das áreas adjacentes.
É comum a ocorrência de um macrorelevo típico,
formado por pequenas elevações entrecortadas por vales
de drenagem. São áreas intensamente utilizadas com cultivos
anuais como trigo, milho, feijão e alfafa, além da pecuária
leiteira.
<<volta
Brunizém
Vértico (Chernossolos)
Representam solos minerais, não hidromórficos, com horizontes
A chernozêmico assente sobre horizonte B textural ou câmbico,
com argila de atividade alta.
São solos sempre eutróficos, com valores muito elevados
de soma e saturação em bases, sendo praticamente nulos
os teores de alumínio trocável.
Distinguem-se da classe dos Vertissolos por apresentarem nítido
desenvolvimento do horizonte B, boa diferenciação de
cor entre os horizontes, principalmente com o solo seco, e/ou evidências
de podzolização mostradas através do gradiente
textural e/ou expressão de cerosidade. No entanto, a presença
de slickensides e a alta capacidade de expansão e contração
resultante do predomínio de argilo-minerais do grupo 2:1, na
massa do solo, são fatores que os distinguem como uma classe
intermediária com aqueles.
Apresentam seqüência de horizontes do tipo A, Bt e C ou
A, (B) e C, com estrutura granular ou em blocos subangulares no horizonte
A. O horizonte B apresenta textura argilosa ou muito argilosa, sendo
a estrutura normalmente em blocos subangulares moderada a fortemente
desenvolvida.
São solos moderadamente drenados, de coloração
bruno-escura ou bruno-acizentada muito escura, sendo derivados de
diferentes litologias e sob vegetação de Savana e Estepe.
São encontradas nas Unidades de Relevo Planalto da Campanha
Gaúcha e Planície dos Rios Jacuí-Ibicuí
e, quando desenvolvidos sobre o basalto, situam-se em relevo plano
ou suave ondulado.
É comum a presença de concreções de carbonato
de cálcio principalmente na porção inferior do
horizonte B ou no C.
Na sua grande maioria são utilizados com pastagens naturais
e cultivadas, em pequena escala com culturas de sorgo, milho e trigo,
e arroz irrigado nas áreas de relevo plano.
Quando o material de origem é constituído por siltitos,
argilitos e folhelhos, que podem apresentar camadas calcíferas
intercaladas aos sedimentos, estão situadas em áreas
de relevo suave ondulado ou ondulado.
De maneira geral, os solos desta classe são de ótima
fertilidade natural; no entanto, apresentam propriedades físicas
adversas ao uso, principalmente com cultivos anuais. Sua alta densidade
aparente, baixa porosidade e alto grau de expansão volumétrica,
notadamente no horizonte subsuperficial, tornando-os pouco permeáveis,
muito plásticos e pegajosos, quando molhados, e muito duros,
quando secos, dificultam o manejo.
Exigem um ponto ótimo de umidade para serem trabalhados, devendo-se
evitar o uso de maquinaria pesada. A utilização de práticas
conservacionistas adequadas e a manutenção ou incremento
do teor de matéria orgânica são igualmente práticas
muito recomendáveis nestes solos.
<<volta
Planossolo (Planossolos)
São solos
típicos de áreas baixas, onde o relevo permite excesso
de água permanente ou temporário, ocasionando fenômenos
de redução que resultam no desenvolvimento de perfis
com cores cinzentas indicativas de gleização.
Uma característica marcante destes solos é a presença
de horizonte superficial aluvial de textura arenosa ou média,
que contrasta abrupticamente com o horizonte subjacente B, de elevada
concentração de argila.
Em geral, são solos mal ou imperfeitamente drenados, com seqüência
de horizonte A, Bt e C. O horizonte A é do tipo moderado, quase
sempre apresentando A2. O horizonte B usualmente tem argila de atividade
alta.
São derivados de sedimentos aluvionares referentes ao período
Quaternário, principalmente provenientes de arenitos e siltitos
e situam-se na Unidade de Relevo Planície dos Rios Jacuí-Ibicuí.
Como variação, foram constatados perfis com horizontes
A muito espesso e com saturação em bases na superfície,
sendo usualmente distróficos. No horizonte B esses valores
são muito elevados, com a saturação em bases
chegando, por vezes, a atingir 100%.
A principal limitação ao uso agrícola destes
solos diz respeito a sua má drenagem, dificultando o manejo
pelo excesso de unidade. Vêm sendo adequadamente utilizados
com arroz irrigado, com pastagens, observando-se, igualmente, cultivos
de soja em áreas de melhor drenagem.
Estão sob vegetação de Floresta Estacional Decidual
e Savana.
<<volta
Planossolo
Solódico (Planossolos)
São solos
de características físicas e morfológicas semelhantes
aos da classe dos Planossolos. Diferem quimicamente por apresentar
saturação com sódio trocável com valores
compreendidos entre 6 e 15,0 % no horizonte B e/ou C.
Derivam-se de sedimentos lacustres, aluviais e de arenitos arcoseanos
mal consolidados do Quaternário e ocorrem na Unidade de Relevo
Planície Gaúcha e estão sob vegetação
de Formações Pioneiras.
Grande parte dos perfis analisados evidenciou a presença do
caráter solódico em profundidade, geralmente no horizonte
B e/ou C, feição esta que provavelmente não constitui,
em muitos casos, fator restritivo ao desenvolvimento das culturas
neles instaladas. Além disso, a ocorrência de Planossolos
não solódicos igualmente justifica a intensa utilização
destes solos com arroz irrigado ou mesmo soja em rotação
com pastagens, já há algumas décadas.
Não foi utilizada a terminologia "eutrófico"
pelo fato de todos os perfis amostrados mostrarem valores de saturação
de bases superiores a 50,0%.
A má drenagem e os valores relativamente baixos de soma de
bases na superfície constituem os principais fatores limitantes
ao uso agrícola destes solos, sendo o manejo dificultado pelo
excesso de umidade que normalmente apresentam. As adubações
normais de manutenção são indispensáveis.
A utilização atual destes solos, com arroz irrigado
em rotação com pastagens, é aconselhada tendo
em vista, além de outros fatores, a manutenção
dos níveis de matéria orgânica, que naturalmente
já são baixos.
<<volta
Planossolo Vértico (Planossolos)
São solos
cujas características morfológicas assemelham-se aos
planossolos anteriormente descritos.
Apresentam seqüência de horizonte A, Bt e C, colorações
bruno-escuras, bruno-acinzentadas muito escuras, sendo o horizonte
A do tipo chernozêmico ou moderado, normalmente de textura média.
O horizonte Bt é de textura argilosa ou muito argilosa, estrutura
prismática composta de blocos subangulares e angulares moderada
a fortemente desenvolvida, muito plástico e muito pegajoso,
sendo comum à presença de slickensides em sua porção
inferior, daí sua caracterização como vértico.
Geralmente, estes solos possuem alta soma de bases, com valores acima
de 20mE/100 g de solo no horizonte B, onde o cálcio contribui
com mais de 80%.
Podem ou não apresentar concentrações de carbono
de cálcio neste horizonte e/ou no C e estas, quando presentes,
caracterizam os solos cálcicos.
São encontradas na Unidade de Relevo Depressões Periféricas
da Bacia do Paraná, nas proximidades de Bagé e Dom Pedrito,
em altitudes de 100 a 250 m, sob vegetação do tipo Estepe.
São originados de arenitos finos, siltitos argilosos e folhelhos
e também de siltitos arenosos com ocasionais intercalções
calcíferas.
Estes solos, apesar das boas características químicas
lhes conferir alta fertilidade natural, apresentam sérias limitações
devido às más propriedades físicas e a drenagem
imperfeita.
Apesar de ocuparem áreas de relevo plano e suave ondulado,
a estruturação relativamente pobre no horizonte A, aliada
a baixa permeabilidade do B, torna estes solos propícios à
erosão, quando cultivados.
O trabalho mecânico é bastante dificultado, dados os
seus elevados índices de contração e expansão,
tornando-se muito plásticos e pegajosos, quando molhados, e
muito duros, quando secos.
A utilização mais apropriada para estes solos é
com pastagens. Os campos geralmente apresentam cobertura com gramíneas
e leguminosas de ótima qualidade. Eventualmente, poderão
ser cultivados com culturas anuais (milho, trigo, sorgo, arroz).
<<volta
Cambissolo
Bruno Húmico (Cambissolos)
Compreendem solos minerais, não hidromórficos, com presença
de horizonte B incipiente, sob um horizonte superficial de elevado
acúmulo de matéria orgânica.
São desenvolvidos a partir de rochas efusivas básicas,
intermediárias e ácidas (basalto, riodacitos ou riolitos).
Localizam-se na Unidade de Relevo Planalto das Araucárias e
estão sob vegetação de Floresta Ombrófila
Mista e Savana.
Devido a sua ocorrência nas regiões de clima frio e úmido,
apresentam, geralmente, um horizonte superficial espesso, de coloração
escura e rico em matéria orgânica, de tal forma que podem
ser classificados como húmicos.
O horizonte B apresenta coloração tipicamente brunada,
nos matizes 7,5YR e 10YR, com valores e cromas geralmente baixos.
Tem seqüência de horizontes A, (B) e C bem diferenciados,
com baixo gradiente textural e valores relativamente baixos de relação
silte/argila.
A textura destes solos é comumente argilosa ao longo de perfis,
podendo ser muito argilosa no horizonte B.
A principal limitação de uso destes solos se deve à
baixa fertilidade natural, já que são ácidos,
a soma de bases é baixa e os teores de alumínio trocável
são muito elevados. Devido aos altos teores de matéria
orgânica e à textura argilosa, apresentam acidez potencial
muito elevada, exigindo, desta forma, quantidades muito elevadas de
corretivos da acidez para a produção de colheitas satisfatórias.
Outros fatores limitantes dizem respeito ao relevo e/ou fase de rochosidade
e pedregosidade que podem ocorrer, restringindo a mecanização
nas áreas de maior declive. A introdução de culturas
anuais parece ainda prejudicada pela combinação dos
fatores: baixas temperaturas com geadas e nevoeiros freqüentes
e nevadas ocasionais, altos índices de precipitação
pluvial e elevada umidade relativa do ar.
São quase que exclusivamente utilizados com pastagens naturais,
exceto em algumas áreas, onde tem sido incrementada a produção
de maçã.
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Cambissolo
(Cambissolos)
As principais
características destes solos são a presença de
horizonte B incipiente e o baixo gradiente textural entre os horizontes.
São solos minerais, não hidromórficos, de coloração
bruno-avermelhada, com seqüência de horizontes A, (B) e
C.
Podem apresentar horizonte A moderado, proeminente ou chernozêmico.
O horizonte B tem estrutura fraca ou moderadamente desenvolvidas em
blocos subangulares, textura muito argilosa a média, sendo
comumente elevados os teores de silte. A presença de cascalhos
ou mosqueados neste horizonte pode ou não ser verificada.
Ocorrem ao nível de dominância ou subdominância
em regiões fisiográficas distintas, mas no Rio Grande
do Sul encontram-se na região do Alto Uruguai, na Unidade de
Relevo Planalto das Araucárias.
No Rio Grande do Sul estão sob vegetação de Floresta
Estacional Decidual.
Quando derivados de sedimentos aluvionares e coluvionares, ocorrem
em relevo plano e suave ondulado das várzeas dos rios. Neste
caso, são solos pouco profundos e profundos, distróficos
ou eutróficos, argila de atividade alta a baixa e podem apresentar
restrições de drenagem após 60cm de profundidade.
A produção agrícola nestes solos é bem
diversificada, destacando-se culturas de feijão, milho, trigo,
soja, fumo, arroz, batatinha, mandioca e banana.
Os Cambissolos derivados de basalto ocorrem na porção
mais dissecada do relevo, normalmente em relevo forte ondulado e montanhoso.
São normalmente pouco profundos, eutróficos ao longo
do perfil, com elevados valores da soma de bases. Têm no relevo,
pedregosidade e pequena profundidade dos perfis as principais limitações
ao uso agrícola. Práticas simples de manejo são
utilizadas no preparo destes solos; é comum na área,
o uso de tração animal.
São intensamente utilizados com cultivos anuais e perenes,
bem como diversificados, em nível de pequenas propriedades
rurais, dada à intensa colonização ali instalada.
Num cultivo racional, seriam necessárias práticas conservacionistas
sofisticadas estando sua melhor utilização relacionada
ao reflorestamento.
São encontrados ainda Cambissolos derivados de rochas do Pré-Cambriano.
Estes solos são rasos ou pouco profundos, com horizonte A proeminente
ou moderado, de baixa fertilidade natural, quase sempre apresentando
textura cascalhenta. Apresentam fortes limitações ao
uso, devido à presença de afloramentos de rocha e/ou
pedregosidade e sua localização em áreas de relevo
muito dissecado. São quase que exclusivamente utilizados como
pastagens naturais, ou não utilizados. Em pequena escala, são
usados com cultivos anuais, principalmente nas áreas de colônia,
ao nível de pequenas propriedades rurais.
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Areias
Quartzosas (Neossolos)
Compreendem solos
minerais profundos, a muito profundos, não hidromórficos,
pouco evoluídos, de textura arenosa.
São excessivamente drenados, com seqüência de horizontes
do tipo A e C, de coloração clara e avermelhada. Apresentam
horizonte A moderado e praticamente não dispõem de reservas
de minerais primários de fácil intemperização.
Desenvolvem-se a partir de sedimentos arenosos do Holoceno e Pleistoceno
em áreas de relevo plano e suave ondulado, sob vegetação
Pioneira e Floresta Ombrófila, na Unidade de Relevo Planície
Gaúcha (Norte) e de materiais derivados de arenitos, neste
caso situados em latitudes variando entre 500 e 800 m, com A proeminente
em relevo ondulado e suave ondulado, na Unidade de Relevo Patamares
da Bacia do Paraná.
Apresentam baixos valores de soma e saturação em bases,
geralmente com alumínio trocável elevado. A incorporação
de matéria orgânica nestes solos constitui prática
bastante recomendável, tendo em vista, principalmente, aumentar
a CTC e a capacidade de retenção de umidade, além
das práticas normais de calagem e adubação.
Os principais cultivos de abacaxi do Rio Grande do Sul encontram-se
nas áreas de ocorrência destes solos; além disso,
observando-se pequenos cultivos de milho, mandioca, batata-doce e
abóbora. A utilização mais adequada para estes
solos é com pastagem e reflorestamento.
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Areias
Quartzosas Hidromórficas Húmicas (Neossolos)
Compreendem solos
imperfeitamente a mal drenados, essencialmente quartzosos e de textura
arenosa, derivados de sedimentos arenosos do Holoceno.
Apresentam seqüências de horizontes A e C. O horizonte
A, de aproximadamente 30 cm de espessura tem teores de carbono superiores
a 5,0 %. Segue-se o horizonte C de cores acinzentadas ou bruno-amareladas
nos matizes 5YR a 10 YR, geralmente com mosqueados.
São solos profundos a medianamente profundos que apresentam
lençol freático próximo a superfície,
conferindo-lhes características de hidromorfismo.
Os altos teores de carbono orgânico no horizonte A proporcionam
alta capacidade de troca de cátions na parte superficial, sendo
a mesma baixa no horizonte C. Apresentam baixa fertilidade natural
com pequenos valores de saturação e soma de bases e
elevados teores de alumínio trocável.
São encontrados na Unidade de Relevo Planícies Descontínuas,
sob Vegetação Pioneira de Influência Marinha,
com pastagem nativa muito pobre, acarretando baixa lotação
com pecuária de corte.
As propriedades químicas e físicas destes solos limitam
o seu aproveitamento com culturas anuais, sendo recomendada sua utilização
com reflorestamento, além da pastagem natural, tendo em vista
a possibilidade de alagamentos constantes e a baixa capacidade de
retenção de nutrientes.
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Solos Aluviais
(Neossolos)
São solos
minerais, não hidromórficos, pouco desenvolvidos e
originados de sedimentos aluviais não consolidados.
Apresentam seqüência de horizontes A e C, sendo que o horizonte
A está assentado sobre camadas estratificadas sem relação
pedogenética e com granulometria, composição
química e mineralógica muito variadas. Apenas o horizonte
A possui características morfológicas definidas e próprias,
que podem caracterizá-lo como horizonte pedogenético.
Geralmente estes solos apresentam cores claras, embora possam ocorrer
cores escuras intercaladas entre as camadas. Possuem argila de atividade
baixa e textura argilosa, siltosa ou franca.
A ausência de horizonte Glei, dentro dos 60 cm de superfície,
constitui a principal diferenciação entre esta classe
e a dos solos Glei Húmico e Pouco Húmico.
Localizam-se em áreas planas, nas planícies de inundação
dos rios, sob vegetação Pioneira de Influência
Fluvial e Estepe.
As condições de má drenagem e as freqüentes
inundações limitam a utilização agrícola
destes solos. Eventualmente são usados com pastagem extensiva
e cultivo de milho.
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Vertissolo
(Vertissolos)
Compreende solos
minerais que apresentam pronunciadas mudanças em volume decorrente
da variação do teor de umidade, fendas profundas (1
cm de largura até uma profundidade de 50 cm), em alguma época
do ano, nas regiões onde há pelo menos algum período
seco, presença de superfície fricção ou
slickensides decorrente da movimentação da massa de
solo, microrelevo gilgaie agregados estruturais cuneiformes que são
inclinados e formam um ângulo com a horizontal.
Suas propriedades de contração e fendilhamento, quando
secos, e expansão, quando úmidos, são devidas
ao predomínio de argila do tipo 2:1, com dominância de
montmorilonita, seguida da vermiculita.
Apresentam seqüência de horizontes do tipo A e C ou A,
B/C ou ainda A, A/C e C, com horizonte A do tipo chernozêmico.
São solos de alta saturação e soma de bases com
elevados teores de cálcio e magnésio, sendo constatados
muitos perfis com concreções de carbonatos de cálcio
no horizonte C.
São em geral de coloração preta ou bruno-acinzentado-escura
no matiz 10YR.
Na Unidade de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha ocorrem em
relevo plano nas áreas deprimidas ou ao longo dos cursos de
água, sendo derivados do basalto. Nas depressões do
Rio Ibicuí são desenvolvidos de argilitos, siltitos
e folhelhos ocupando áreas de relevo plano até ondulado.
As áreas de maior ocorrência localizam-se ao sul de Bagé
e estão sob vegetação de Savana e Estepe.
São solos difíceis de serem trabalhados, pois são
muito duros quando secos, formando torrões compactos, e muito
plásticos e muito pegajosos, quando molhados, aderindo aos
implementos agrícolas. Necessitam de um estado ótimo
de umidade para serem arados. São moderadamente sujeitos à
erosão, requerendo cuidados de conservação, quando
cultivados.
A maior parte destes solos é utilizada com pastagens naturais
de boa qualidade e em menor escala com culturas de trigo, sorgo e
milho. Observam-se cultivos de arroz em algumas áreas planas.
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Solos Litólicos
(Neossolos)
Compreende solos
pouco desenvolvidos, rasos que possuem o horizonte A diretamente assentado
sobre a rocha ou sobre um pequeno horizonte C, geralmente com muito
material de rocha em decomposição.
Apresentam-se bem a acentuadamente drenados e com características
morfológicas, físicas e químicas muito variáveis
em função do material originário, ocorrendo nas
Unidades de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha, Planalto das
Araucárias, Patamares da Bacia do Paraná e Planalto
Sul-Rio-Grandense.
Quando derivados de basalto, possuem alta fertilidade natural devido
aos valores de soma e saturação em bases e aos teores
muito baixos de alumínio trocável.
Podem ocorrer em áreas de relevo suave ondulado ou ondulado,
como, por exemplo na Unidade de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha,
sob vegetação de Savana, Estepe, Floresta Ombrófila
Mista, Floresta Estacional Decidual.
A principal utilização destes solos é com pastagem
natural, em nível de grandes propriedades rurais. Suas principais
limitações dizem respeito à profundidade dos
perfis e à presença de pedras e/ou afloramento de rocha
em alguns locais. O melhoramento das pastagens, com a introdução
de leguminosas de inverno, constitui prática bastante recomendável,
tendo em vista as boas propriedades químicas destes solos.
Igualmente podem ocorrer em áreas de relevo ondulado ou montanhoso.
Nestas áreas de vegetação originalmente florestal,
desenvolveu-se intensa colonização em nível de
pequenas propriedades rurais, sendo o manejo do solo feito de maneira
bastante rudimentar devido à forte limitação
do relevo e à alta pedregosidade. Apesar destes fatores limitantes,
são intensamente utilizados com culturas bastante diversificadas,
como milho, feijão, frutíferas e outras. Este fato decorre,
principalmente, das boas propriedades químicas destes solos
e da estrutura de posse efetiva da terra da região.
Derivados de folhelho, siltitos, argilitos e rochas cristalinas, encontram-se
Solos Litólicos de média e alta fertilidade natural,
sempre inferior a dos derivados de basalto, em relevo forte ondulado
ou montanhoso, de textura argilosa, silitosa ou média.
Quando derivados de arenito, possuem cor que varia de preta a bruno-avermelhado-escura,
textura arenosa ou média, baixa fertilidade natural e normalmente
utilizados com pastagem.
Os Solos Litólicos Húmicos possuem, em geral mais de
4,0 % de carbono orgânico, baixa fertilidade natural e altos
teores de alumínio trocável. Se derivados de rochas
vulcânicas ácidas, situam-se em relevo suave ondulado
ou ondulado, com altitude em torno de 1100 m, e sob vegetação
de Savana. Quando se tem como material de origem, arenitos, folhelhos
e siltitos podem ocorrer em relevo desde ondulados até montanhosos.
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Dunas
Por não
apresentarem processos pedogenéticos na sua formação,
são considerados como Tipos de Terreno e não como solos.
Originam-se quase que exclusivamente de deposições eólicas
de material areno-quartzoso, que mantém uma certa movimentação,
dependendo da vegetação que as recobrem e dos ventos
que as atingem.
A utilização agrícola destes tipos de terreno
é inviável. É importante que sejam protegidas
por vegetação, de modo a mantê-las fixas, visando
à preservação do meio ambiente.
Ocorrem na Unidade de Relevo Planície Gaúcha.
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