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SOLOS

O Rio Grande do Sul caracteriza-se por uma heterogeneidade muito grande de tipos de solos, tendo em vista a grande diversidade dos fatores responsáveis pela formação desses solos.
Para a descrição dos solos ocorrentes no Rio Grande do Sul (mapa) baseou-se em trabalho de MOSER (1990), com adaptações de EMBRAPA (1999).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

mapa


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Latossolo Bruno Intermediário para Latossolo Roxo e Latossolo Bruno Intermediário para Latossolo Roxo Húmico (Latossolos)

São solos minerais com horizonte B latossólico, não hidromórficos, de textura geralmente muito argilosa. Distinguem-se dos Latossolos Brunos principalmente pela coloração mais avermelhada e dos Latossolos Roxos pela coloração ligeiramente mais brunada, menor profundidade dos perfis, maior variação de espessura de local para local, maior desenvolvimento da estrutura em blocos, principalmente no horizonte B e menor susceptibilidade magnética.

São desenvolvidos das rochas efusivas básicas e menos comumente de efusivas ácidas da Formação Serra Geral.
Dominam as cores de matizes entre 2,5YR e 5YR. Porém, quando de matiz 2,5YR se confundem com o Latossolo Roxo e, nesse caso, sua distinção se faz pela comparação de amostras, já que estes solos possuem uma coloração um pouco mais brunada. Geralmente os horizontes superficiais apresentam diferenças de matizes entre o A e o B, o que não ocorre no Latossolo Roxo, que possui uma relativa uniformidade de coloração ao longo do perfil. São encontrados perfis húmicos caracterizados por um teor de carbono orgânico superior a 1,0 % até 1 m de profundidade e, a partir desta possuem cores mais brunadas.
Os baixos teores de bases trocáveis conferem a estes solos uma baixa fertilidade natural e os teores de alumínio ocorrem em níveis prejudiciais ao desenvolvimento da maioria das culturas, havendo necessidade de aplicação de corretivos. São muito utilizados com cultivos de soja, trigo, maçã e pastagens.
A vegetação primária dominante sobre estes solos é do tipo Savana e Floresta Ombrófila Mista. Ocorrem na Unidade de Relevo Planalto das Araucárias
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Latossolo Vermelho-Escuro e Latossolo Vermelho Escuro Húmico (Latossolos)

São solos com horizonte B latossólico com baixa capacidade de permuta de cátions, baixa relação textural B/A, baixos conteúdos de silte e alto grau de intemperismo.
Apresentam coloração tipicamente avermelhada nas matizes 2,5YR e 10YR. A textura pode variar desde média até muito argilosa e, mais comumente, tem como material de origem o arenito, siltito, folhelho, argilito, gnaisse e granito; daí derivando os menores teores totais de Fe2O3 que apresentam, geralmente entre 8-18,0%.
Ocorrem esparsamente em quase toda a Região Sul, nas Unidades de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha, Planalto das Araucárias e Patamares da Bacia do Paraná, predominantemente, em relevo suave ondulado. Geralmente são álicos e distróficos, mas podem ser encontradas áreas de eutróficos, principalmente, quando se desenvolvem de rocha calcária ou de arenitos com cimentação calcária.
Quando de textura média, geralmente são bastante profundos e permeáveis e a estruturação no horizonte A é relativamente pobre. Por isso, quando intensivamente cultivados, apresentam alta susceptibilidade à erosão hídrica, com a formação de sulcos profundos que rapidamente evoluem em voçorocas, quando do mau uso. As práticas conservacionistas de suporte, tais como preparo e plantio em contorno, cultivos em faixas e terraceamento, aliadas à manutenção da cobertura vegetal permanente, adubação verde, rotação de culturas e a manutenção e/ou incremento dos teores de matéria orgânica, são indispensáveis para o manejo mais racional desses solos. Estas recomendações aplicam-se também, quando possuem textura mais argilosa embora, nesse caso, apresentem uma resistência natural um pouco maior aos agentes erosivos.
Como a maioria apresenta baixa fertilidade natural, com elevados teores de alumínio trocável, a calagem constitui prática indispensável para a melhoria de suas características químicas. São muito utilizados para o cultivo de soja, trigo, feijão, batatinha, além de pastagens e reflorestamento.
Observa-se, atualmente, uma intensa degradação física destes solos, dado o alto grau de revolvimento a que são submetidos no seu preparo, aumentando sua susceptibilidade a erosão hídrica.
A vegetação primária dominante sobre estes solos é a Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila Mista e Savana.
Quando tem como característica teores de carbono orgânico superiores a 1,0% a 1 m de profundidade, textura argilosa, CTC mais alta na superfície, diminuindo com a profundidade, tem-se, então, o Latossolo Vermelho Escuro Húmico. São encontrados nos Municípios de Carazinho, Santa Bárbara do Sul e Palmeiras das Missões, principalmente.

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Latossolo Roxo (Latossolos)

Compreende solos minerais com horizonte B latossólico, desenvolvidos de rochas eruptivas básicas, com teores de Fe2O3 superiores a 18,0%.
Apresentam colorações tipicamente avermelhadas, dentro dos matizes 2,5YR e 10R e textura argilosa ou muito argilosa dentro do perfil.
A transição entre os horizontes é geralmente gradual a difusa, tornando a diferenciação difícil de ser visualizada, a não ser nos húmicos, onde as diferenças entre os horizontes A e B são mais perceptíveis.
Diferenciam-se dos Latossolos Vermelho-Escuros argilosos por apresentarem mais altos teores de Fe2O3 e pela forte atração ao ímã.
Estão sob vegetação primária do tipo Floresta Estacional Decidual e Floresta Ombrófila Mista e Savana.
Ocorrem, geralmente, nas áreas mais conservadas de relevo suave ondulado e em menor extensão no ondulado, fato que, aliado as suas excelentes propriedades físicas (boa estrutura e porosidade total elevada), os qualifica como solos de boa potencialidade agrícola, apesar de quase sempre apresentarem baixa fertilidade natural.
São altamente friáveis quando úmidos, com estrutura forte muito pequena granular, conhecida como "pó-de-café", podendo apresentar estrutura fraca à moderadamente desenvolvida.
As boas características físicas naturais destes solos induzem, geralmente, a uma utilização agrícola bastante intensiva, pois são muito profundos e ocorrem em áreas facilmente mecanizáveis. Entretanto, devido a sua textura argilosa, o uso de máquinas pesadas e as práticas de preparo convencionais com revolvimento intensivo do solo, na maioria das vezes fora do teor adequado de umidade, têm provocando uma rápida degradação física dos mesmos. É comum a formação de crostas superficiais e camadas compactas subsuperficiais, entre 10 e 20 cm de profundidade, que conduzem a sérias perdas de solo por erosão hídrica. São utilizados com soja, trigo, cevada, centeio e aveia, principalmente.
A principal limitação ao uso agrícola destes solos é a baixa fertilidade natural que apresentam. A prática de calagem e as adubações, notadamente com fósforo e potássio, são imprescindíveis para a manutenção de altos níveis de produtividade, visto que na sua condição natural são ácidos e muito pobres em bases e fósforo, além de apresentarem nula ou muito baixa reserva de nutrientes essenciais às plantas. Eventualmente podem ocorrer perfis eutróficos.
Localizam-se nas Unidades de Relevo Planalto das Araucárias e Planalto Central da Bacia do Paraná.

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Terra Bruna Estruturada (Nitossolos)


São solos minerais não hidromórficos com horizontes B textural, nem sempre positivamente identificado como tal. A profundidade dos perfis varia de 100 a 150 cm.
Ocorrem em regiões de altitudes mais elevadas, dentro da Unidade de Relevo Planalto das Araucárias. O horizonte A, que varia de 25 a 60 cm, é geralmente do tipo proeminente, ou apresenta caráter húmico. O horizonte B, argiloso ou muito argiloso, apresenta coloração tipicamente brunada, principalmente no matiz 7,5YR.
O gradiente textural baixo e os aspectos discutíveis de cerosidade que apresentam são fatores condicionantes ao enquadramento nos solos com horizonte textural. Entretanto, apresentam nítido desenvolvimento de estrutura em blocos subangulares no B, de grau moderado ou fraco. O que os torna diferentes neste aspecto é a menor profundidade dos perfis em relação aos Latossolos Brunos.
Uma característica marcante desta classe de solos pela capacidade de contração com perda de umidade, e isto é evidenciado pela presença de uma macroestrutura prismática nos cortes de estrada expostos à secagem.
São derivados de rochas eruptivas básicas e intermediárias, o que condiciona um teor variável de Fe2O3, mas normalmente superior a 10,0%.
Ocorrem em relevo ondulado e forte ondulado e a vegetação primária é a Savana e a Floresta Ombrófila Mista.
Apresentam fertilidade natural muito baixa, são ácidos e com elevada quantidade de alumínio trocável, que exige grande quantidade de calcário para neutraliza-lo, além do que o teor de fósforo muito baixo é outro fator limitante para a produção agrícola. São utilizados principalmente com soja, milho, alho, batatinha, fruticultura e pastagens.

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Terra Bruna Estruturada Intermediária para Terra Roxa Estruturada (Nitossolos)

Compreende solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural, argila de atividade baixa, estrutura em blocos subangulares moderadamente desenvolvida, cerosidade em grau e quantidade variáveis, mas sempre presente.
A sua coloração é bruno-avermelhada nos matizes 2,5YR a 5YR. Mesmo no matiz 2,5YR, observa-se tonalidade menos avermelhada quando se comparam amostras destes solos com as das Terras Roxas Estruturadas típicas, evidenciando aí o seu caráter intermediário.
Apresentam seqüência de horizontes do tipo A, Bt e C, com baixo gradiente textural, derivados de rochas efusivas básicas, com teores de Fe2O3 sempre superiores a 15,0%.
Possuem fertilidade natural variável e baixa disponibilidade de fósforo. Ocorrem na Unidade de Relevo Planalto das Araucárias, normalmente em relevo ondulado e forte ondulado, sob vegetação de Savana e Floresta Ombrófila Mista.
Os solos desta classe são predominantemente utilizados com milho, trigo, soja e pastagem.

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Terra Roxa Estruturada (Nitossolos)


Representa solos com horizonte B textural, não hidromórficos, desenvolvidos de rochas eruptivas básicas, com teores de Fe2O3 sempre iguais ou superiores a 15,0%.
São solos com profundidade entre 100 e 200 cm, com textura argilosa ou muito argilosa e relação textural inferior a 1,5. Apesar disso, são enquadrados no grupamento de solos com B textural, pois possuem cerosidade de moderada a forte em quantidade pelo menos comum ano horizonte B.
O horizonte A possui entre 20 e 40 cm de espessura, cores vermelho-escuras e estrutura geralmente granular ou em blocos, pequena a muito pequena.
O horizonte B apresenta coloração avermelhada nos matizes 2,5YR e 10YR, com estrutura em blocos subangulares ou angulares moderada a fortemente desenvolvida, normalmente com cerosidade forte abundante e argila de atividade baixa.
Sua fertilidade natural é variável e são utilizados principalmente com soja, trigo, milho, feijão e pastagem. Ocorrem principalmente em relevo ondulado e forte ondulado, nas Unidades de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha e Planalto das Araucárias, sob vegetação de Floresta Estacional Decidual, Floresta Ombrófila Mista e Savana.

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Podzólico Bruno-Acinzentado (Luvissolos)

Compreende solos minerais, não hidromórficos, caracterizados pela presença de horizonte B textural argiloso ou muito argiloso, com escurecimento em seu topo, devido à migração e ao acúmulo de matéria orgânica e conseqüente diferenciação entre os horizontes, com valores médios a altos de atividade de argila.
Estes solos apresentam como seqüência normal um horizonte A1 seguido de um A2 aluvial, onde a coloração é nitidamente mais clara. Este horizonte contrasta abruptamente com o horizonte B textural, de coloração brunada ou amarelada nos matizes 7,5YR e 10YR.
Desenvolvem-se, principalmente, a partir de rochas sedimentares de granulação fina, tais como argilitos, siltitos e folhelhos, bem como a partir de rochas do embasamento cristalino ou de efusivas ácidas e intermediárias referidas à Formação Serra Geral (riodácitos, principalmente) e estão sob vegetação de Floresta Estacional Decidual.
Ocorrem em solos de relevo desde suave ondulado até forte ondulado, dentro da Unidade de Relevo Planalto das Araucárias. Devido ao fato de possuírem, em geral, boa diferenciação textural entre os horizontes A e B, com estrutura relativamente pobre no horizonte A, são solos que apresentam comumente grande susceptibilidade a erosão hídrica, principalmente nas áreas de relevo mais movimentado.
Possuem fertilidade variável, desde álicos até eutróficos. Quando álicos, as práticas de calagem e adubação são essenciais para a sua utilização.
Estes solos são intensamente utilizados com uva, feijão, milho, batatinha, fumo, pastagem, pêssego e erva-mate.

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Podzólico Bruno-Acinzentado Planossólico (Luvissolos)

Compreende solos minerais, com horizonte B textural, argila de atividade alta e concentração de argila relativamente acentuada no horizonte subsuperficial, sendo marcante a diferenciação entre os horizontes. Podem apresentar ou não mudança textural abrupta, além disso, têm morfologia e feições de hidromorfísmo semelhante as dos Planossolos, diferindo destes por apresentar o topo do horizonte B mais escurecido, cores brunas, bruno-amareladas ou bruno-acinzentadas mais vivas e estrutura menos desenvolvida.
A seqüência de horizontes é do tipo A, Bt e C e a profundidade do solum é em torno de 1 m, com horizonte A moderado ou proeminente de textura média ou arenosa, podendo ou não apresentar horizonte A2.
O horizonte B textural apresenta estrutura forte ou moderada, média e pequena em blocos subangulares e textura argilosa ou média, sendo os teores de silte usualmente elevados. É moderado ou imperfeitamente drenado, refletindo-se na presença de gleização em parte ou todo o horizonte B.
Situam-se nas Unidades de Relevo Depressões Periféricas da Bacia do Paraná e Planícies dos Rios Jacuí-Ibicuí, ocorrendo normalmente em relevo suave ondulado e plano, ocasionalmente ondulado, numa posição intermediária entre os Planossolos e os Podzólicos Vermelho-escuros.
A vegetação primária sobre estes solos é a Floresta Estacional Decidual.
Parte destes solos é derivada de siltitos e arenitos da Formação Rosário do Sul, do Triássico, constituindo a maior parte da área. Nestes, os valores da soma de bases são mais baixos e os teores de alumínio trocável, normalmente elevados, mesmo nos solos eutróficos.
As principais limitações, para o uso agrícola destes solos, referem-se a má drenagem e as suas propriedades físicas, bem como a baixa fertilidade natural em algumas áreas. São bastante susceptíveis a erosão, o que é evidenciado pela ocorrência de voçorocas na área, necessitando de práticas conservacionistas adequadas quando utilizados com culturas anuais.
Grande parte destes solos é utilizada com pastagens, podendo também dar bons resultados quando cultivados com soja, milho e sorgo. Observa-se também na área cultivos de fumo.

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Podzólico Vermelho-Escuro (Argissolos)

Compreende solos minerais, não hidromórficos, caracterizados pela presença de um horizonte B textural de coloração vermelho-escura, bruno-avermelhada, bruno-avermelhado-escura e até vermelho-amarelada, principalmente nos matizes 10R e 2,5YR e menos comumente no matiz 5YR (matizes mais vermelhos).
Possuem, em geral, um horizonte A do tipo moderado, embora possam apresentar um horizonte A do tipo proeminente ou mesmo chernozêmico.
A maioria deles possui argila de atividade baixa no horizonte B, cuja fração argila tem quase o predomínio da caulinita e óxidos. A hematita é o óxido de ferro predominante, responsável pela coloração avermelhada dos solos desta classe.
Na classe proposta admita-se a ocorrência de perfis eutróficos, distróficos ou álicos, embora apresentem, na maioria dos casos, caráter distrófico ou álico.
A textura é muito variável e alguns solos apresentam acentuado incremento de argila em profundidade (modalidades abrúpticas), sendo a transição nestes casos geralmente clara ou abrupta, enquanto que, em outros, o incremento é muito pequeno, particularmente nos perfis mais argilosos, devendo nestes casos o solo satisfazer os requisitos quanto à presença de cerosidade para ser enquadrado na classe; nestes a transição é menos evidente.
Desenvolve-se a partir de materiais de origens diversas exceto de rochas básicas ou ultrabásicas. Devido a este fato, os teores totais de óxidos de ferro (Fe2O3 ) situam-se entre 5 e 15,0 % e nunca superiores ao último valor.
Ocorrem em áreas de relevo desde suave ondulado até forte ondulado, nas Unidades de Relevo do Planalto das Araucárias e Depressões Periféricas da Bacia do Paraná e, em geral, são bastante susceptíveis a erosão, devido à presença do horizonte B textural.
Tem como vegetação primária a Floresta Estacional Decidual, a Savana e a Estepe.
Sua fertilidade natural é baixa, com baixos valores de soma e saturação de bases, e com quantidade de alumínio elevada. A calagem e a adubação são fatores indispensáveis para a obtenção de boas produções. São utilizados principalmente com pastagens, soja, trigo, milho, feijão, arroz e reflorestamento.

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Podzólico Vermelho-Amarelo (Alissolos)

São solos minerais, não hidromórficos, pouco profundos a profundos (50-200 cm), caracterizados a pela presença de um horizonte B textural de coloração vermelho-amarelada nos matizes 5YR, 7,5YR ou 10YR.
Normalmente possuem um horizonte A moderado, de cor clara, reflexo da perda de argila e materiais corantes para o horizonte B.
O horizonte B geralmente apresenta acúmulo significativo de argila, acompanhado ou não de cerosidade. A relação textural na maioria dos casos é superior a 1,5 e, quando estes valores são menores, o solo deve necessariamente apresentar cerosidade pelo menos moderada e comum para ser enquadrado na classe. Normalmente apresentam transições claras ou abruptas entre os horizontes A e B, com cores claras no A e colorações mais vivas no B.
Quanto à textura, apresentam inúmeras variações: arenosa/média, arenosa/argilosa, média/argilosa ou mesmo textura argilosa no A e B. Neste último caso, a transição é menos clara e a relação textural mais baixa.
Dependendo do material de origem, podem apresentar cascalho ao longo do perfil. Da mesma forma, a fertilidade natural é muito variável, admitindo-se nesta classe a ocorrência de perfis álicos, distróficos e eutróficos. A grande maioria deles, entretanto, é distrófico ou álico, apresentando quase sempre argila de atividade baixa (Tb).
Estes solos podem desenvolver-se de diferentes materiais de origem, porém são sempre pobres em ferro. Nunca se desenvolvem, portanto, sobre rochas básicas (basalto, por exemplo). Este fato é responsável pelos baixos teores totais de óxidos de ferro que apresentam, cujos valores situam-se normalmente na faixa de 5 a 10,0% de Fe2O3.
Ocorrem em áreas de relevo desde o suave ondulado até o forte ondulado nas Unidades de Relevo Patamares da Bacia do Paraná e Planalto Sul-Rio-Grandense, sob vegetação de Floresta Estacional Decidual e Semidecidual e Savana.
São utilizados, principalmente, com pastagens e culturas de subsistência.
Quando apresentam mudança textural abrupta (dobro de argila no B em relação ao A), recebem a denominação de Podzólico Vermelho-amarelo Abrúptico. Estas variedades são extremamente suscetíveis a erosão hídrica, devido ao fato de que a água, ao percolar de forma relativamente fácil no horizonte superficial, encontrando logo abaixo um horizonte naturalmente adensado, tem sua velocidade de infiltração drasticamente diminuída. Há assim, uma rápida saturação dos poros no horizonte superficial, aumento da lâmina de água na superfície, com conseqüente aumento do escorrimento superficial e dos riscos de erosão, normalmente nas áreas mais declivosas, onde estes solos ocorrem. Este fato é normalmente agravado pelo baixo índice de agregação no horizonte A, que apresentam.

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Brunizém Avermelhado (Chernossolos)

Compreende solos minerais, não hidromórficos, sempre com A chernozêmico e horizonte B textural com argila de atividade alta e eutróficos ao longo do perfil.
São constituídos geralmente por perfis pouco profundos (50-100 cm) apresentando pedras à superfície e/ou misturadas à massa de solo.
O horizonte A normalmente apresenta uma espessura de 25-40 cm, e o horizonte B, de coloração avermelhada, varia de 30-60 cm.
O horizonte A chernozêmico, de coloração mais escura que o B e com estrutura geralmente granular, distingue-se nitidamente do horizonte B, onde há um maior acúmulo de argila e a estrutura é em blocos angulares ou subangulares, fortemente desenvolvida, sendo a cerosidade usualmente bem expressa. Apresentam no topo deste horizonte (B1), muitas rachaduras quando o perfil está seco.
São solos de fertilidade natural muito elevada, com altos valores de pH e nulos ou muito baixos teores de alumínio trocável. A soma das bases (S) no horizonte A geralmente supera os 10 meq/100 g de solo, sendo estes valores no horizonte B ainda mais elevados.
Desenvolvem-se quase sempre de rochas básicas, ígneas ou não, ricas em cálcio e magnésio, ou de rochas sedimentares que apresentam lentes ou intercalações de calcário.
Apesar da ótima fertilidade natural que possuem, estes solos comumente apresentam sérias restrições para uso agrícola, devido ao fato de quase sempre ocorrerem em relevo forte ondulado, serem muito pedregosos e apresentarem perfis com pouca profundidade. Estas características constituem fatores de restrição ou mesmo de impedimento ao uso de maquinaria agrícola e, além disso, tornam os solos muito susceptíveis à erosão hídrica, quando cultivados.
Ocorrem nas Unidades de Relevo Planalto das Araucárias e Patamares da Bacia do Paraná e estão sob vegetação primária de Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Decidual.
No Estado também são encontrados em relevo plano nas várzeas dos rios Taquari, Caí, Três Forquilhas, apresentando neste caso, perfis mais profundos derivados de material alúvio-coluvionar proveniente do basalto das áreas adjacentes. É comum a ocorrência de um macrorelevo típico, formado por pequenas elevações entrecortadas por vales de drenagem. São áreas intensamente utilizadas com cultivos anuais como trigo, milho, feijão e alfafa, além da pecuária leiteira.
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Brunizém Vértico (Chernossolos)


Representam solos minerais, não hidromórficos, com horizontes A chernozêmico assente sobre horizonte B textural ou câmbico, com argila de atividade alta.
São solos sempre eutróficos, com valores muito elevados de soma e saturação em bases, sendo praticamente nulos os teores de alumínio trocável.
Distinguem-se da classe dos Vertissolos por apresentarem nítido desenvolvimento do horizonte B, boa diferenciação de cor entre os horizontes, principalmente com o solo seco, e/ou evidências de podzolização mostradas através do gradiente textural e/ou expressão de cerosidade. No entanto, a presença de slickensides e a alta capacidade de expansão e contração resultante do predomínio de argilo-minerais do grupo 2:1, na massa do solo, são fatores que os distinguem como uma classe intermediária com aqueles.
Apresentam seqüência de horizontes do tipo A, Bt e C ou A, (B) e C, com estrutura granular ou em blocos subangulares no horizonte A. O horizonte B apresenta textura argilosa ou muito argilosa, sendo a estrutura normalmente em blocos subangulares moderada a fortemente desenvolvida.
São solos moderadamente drenados, de coloração bruno-escura ou bruno-acizentada muito escura, sendo derivados de diferentes litologias e sob vegetação de Savana e Estepe.
São encontradas nas Unidades de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha e Planície dos Rios Jacuí-Ibicuí e, quando desenvolvidos sobre o basalto, situam-se em relevo plano ou suave ondulado.
É comum a presença de concreções de carbonato de cálcio principalmente na porção inferior do horizonte B ou no C.
Na sua grande maioria são utilizados com pastagens naturais e cultivadas, em pequena escala com culturas de sorgo, milho e trigo, e arroz irrigado nas áreas de relevo plano.
Quando o material de origem é constituído por siltitos, argilitos e folhelhos, que podem apresentar camadas calcíferas intercaladas aos sedimentos, estão situadas em áreas de relevo suave ondulado ou ondulado.
De maneira geral, os solos desta classe são de ótima fertilidade natural; no entanto, apresentam propriedades físicas adversas ao uso, principalmente com cultivos anuais. Sua alta densidade aparente, baixa porosidade e alto grau de expansão volumétrica, notadamente no horizonte subsuperficial, tornando-os pouco permeáveis, muito plásticos e pegajosos, quando molhados, e muito duros, quando secos, dificultam o manejo.
Exigem um ponto ótimo de umidade para serem trabalhados, devendo-se evitar o uso de maquinaria pesada. A utilização de práticas conservacionistas adequadas e a manutenção ou incremento do teor de matéria orgânica são igualmente práticas muito recomendáveis nestes solos.
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Planossolo (Planossolos)

São solos típicos de áreas baixas, onde o relevo permite excesso de água permanente ou temporário, ocasionando fenômenos de redução que resultam no desenvolvimento de perfis com cores cinzentas indicativas de gleização.
Uma característica marcante destes solos é a presença de horizonte superficial aluvial de textura arenosa ou média, que contrasta abrupticamente com o horizonte subjacente B, de elevada concentração de argila.
Em geral, são solos mal ou imperfeitamente drenados, com seqüência de horizonte A, Bt e C. O horizonte A é do tipo moderado, quase sempre apresentando A2. O horizonte B usualmente tem argila de atividade alta.
São derivados de sedimentos aluvionares referentes ao período Quaternário, principalmente provenientes de arenitos e siltitos e situam-se na Unidade de Relevo Planície dos Rios Jacuí-Ibicuí.
Como variação, foram constatados perfis com horizontes A muito espesso e com saturação em bases na superfície, sendo usualmente distróficos. No horizonte B esses valores são muito elevados, com a saturação em bases chegando, por vezes, a atingir 100%.
A principal limitação ao uso agrícola destes solos diz respeito a sua má drenagem, dificultando o manejo pelo excesso de unidade. Vêm sendo adequadamente utilizados com arroz irrigado, com pastagens, observando-se, igualmente, cultivos de soja em áreas de melhor drenagem.
Estão sob vegetação de Floresta Estacional Decidual e Savana.
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Planossolo Solódico (Planossolos)

São solos de características físicas e morfológicas semelhantes aos da classe dos Planossolos. Diferem quimicamente por apresentar saturação com sódio trocável com valores compreendidos entre 6 e 15,0 % no horizonte B e/ou C.
Derivam-se de sedimentos lacustres, aluviais e de arenitos arcoseanos mal consolidados do Quaternário e ocorrem na Unidade de Relevo Planície Gaúcha e estão sob vegetação de Formações Pioneiras.
Grande parte dos perfis analisados evidenciou a presença do caráter solódico em profundidade, geralmente no horizonte B e/ou C, feição esta que provavelmente não constitui, em muitos casos, fator restritivo ao desenvolvimento das culturas neles instaladas. Além disso, a ocorrência de Planossolos não solódicos igualmente justifica a intensa utilização destes solos com arroz irrigado ou mesmo soja em rotação com pastagens, já há algumas décadas.
Não foi utilizada a terminologia "eutrófico" pelo fato de todos os perfis amostrados mostrarem valores de saturação de bases superiores a 50,0%.
A má drenagem e os valores relativamente baixos de soma de bases na superfície constituem os principais fatores limitantes ao uso agrícola destes solos, sendo o manejo dificultado pelo excesso de umidade que normalmente apresentam. As adubações normais de manutenção são indispensáveis. A utilização atual destes solos, com arroz irrigado em rotação com pastagens, é aconselhada tendo em vista, além de outros fatores, a manutenção dos níveis de matéria orgânica, que naturalmente já são baixos.
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Planossolo Vértico (Planossolos)

São solos cujas características morfológicas assemelham-se aos planossolos anteriormente descritos.
Apresentam seqüência de horizonte A, Bt e C, colorações bruno-escuras, bruno-acinzentadas muito escuras, sendo o horizonte A do tipo chernozêmico ou moderado, normalmente de textura média.
O horizonte Bt é de textura argilosa ou muito argilosa, estrutura prismática composta de blocos subangulares e angulares moderada a fortemente desenvolvida, muito plástico e muito pegajoso, sendo comum à presença de slickensides em sua porção inferior, daí sua caracterização como vértico.
Geralmente, estes solos possuem alta soma de bases, com valores acima de 20mE/100 g de solo no horizonte B, onde o cálcio contribui com mais de 80%.
Podem ou não apresentar concentrações de carbono de cálcio neste horizonte e/ou no C e estas, quando presentes, caracterizam os solos cálcicos.
São encontradas na Unidade de Relevo Depressões Periféricas da Bacia do Paraná, nas proximidades de Bagé e Dom Pedrito, em altitudes de 100 a 250 m, sob vegetação do tipo Estepe. São originados de arenitos finos, siltitos argilosos e folhelhos e também de siltitos arenosos com ocasionais intercalções calcíferas.
Estes solos, apesar das boas características químicas lhes conferir alta fertilidade natural, apresentam sérias limitações devido às más propriedades físicas e a drenagem imperfeita.
Apesar de ocuparem áreas de relevo plano e suave ondulado, a estruturação relativamente pobre no horizonte A, aliada a baixa permeabilidade do B, torna estes solos propícios à erosão, quando cultivados.
O trabalho mecânico é bastante dificultado, dados os seus elevados índices de contração e expansão, tornando-se muito plásticos e pegajosos, quando molhados, e muito duros, quando secos.
A utilização mais apropriada para estes solos é com pastagens. Os campos geralmente apresentam cobertura com gramíneas e leguminosas de ótima qualidade. Eventualmente, poderão ser cultivados com culturas anuais (milho, trigo, sorgo, arroz).
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Cambissolo Bruno Húmico (Cambissolos)


Compreendem solos minerais, não hidromórficos, com presença de horizonte B incipiente, sob um horizonte superficial de elevado acúmulo de matéria orgânica.
São desenvolvidos a partir de rochas efusivas básicas, intermediárias e ácidas (basalto, riodacitos ou riolitos).
Localizam-se na Unidade de Relevo Planalto das Araucárias e estão sob vegetação de Floresta Ombrófila Mista e Savana.
Devido a sua ocorrência nas regiões de clima frio e úmido, apresentam, geralmente, um horizonte superficial espesso, de coloração escura e rico em matéria orgânica, de tal forma que podem ser classificados como húmicos.
O horizonte B apresenta coloração tipicamente brunada, nos matizes 7,5YR e 10YR, com valores e cromas geralmente baixos.
Tem seqüência de horizontes A, (B) e C bem diferenciados, com baixo gradiente textural e valores relativamente baixos de relação silte/argila.
A textura destes solos é comumente argilosa ao longo de perfis, podendo ser muito argilosa no horizonte B.
A principal limitação de uso destes solos se deve à baixa fertilidade natural, já que são ácidos, a soma de bases é baixa e os teores de alumínio trocável são muito elevados. Devido aos altos teores de matéria orgânica e à textura argilosa, apresentam acidez potencial muito elevada, exigindo, desta forma, quantidades muito elevadas de corretivos da acidez para a produção de colheitas satisfatórias. Outros fatores limitantes dizem respeito ao relevo e/ou fase de rochosidade e pedregosidade que podem ocorrer, restringindo a mecanização nas áreas de maior declive. A introdução de culturas anuais parece ainda prejudicada pela combinação dos fatores: baixas temperaturas com geadas e nevoeiros freqüentes e nevadas ocasionais, altos índices de precipitação pluvial e elevada umidade relativa do ar.
São quase que exclusivamente utilizados com pastagens naturais, exceto em algumas áreas, onde tem sido incrementada a produção de maçã.
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Cambissolo (Cambissolos)

As principais características destes solos são a presença de horizonte B incipiente e o baixo gradiente textural entre os horizontes.
São solos minerais, não hidromórficos, de coloração bruno-avermelhada, com seqüência de horizontes A, (B) e C.
Podem apresentar horizonte A moderado, proeminente ou chernozêmico. O horizonte B tem estrutura fraca ou moderadamente desenvolvidas em blocos subangulares, textura muito argilosa a média, sendo comumente elevados os teores de silte. A presença de cascalhos ou mosqueados neste horizonte pode ou não ser verificada.
Ocorrem ao nível de dominância ou subdominância em regiões fisiográficas distintas, mas no Rio Grande do Sul encontram-se na região do Alto Uruguai, na Unidade de Relevo Planalto das Araucárias.
No Rio Grande do Sul estão sob vegetação de Floresta Estacional Decidual.
Quando derivados de sedimentos aluvionares e coluvionares, ocorrem em relevo plano e suave ondulado das várzeas dos rios. Neste caso, são solos pouco profundos e profundos, distróficos ou eutróficos, argila de atividade alta a baixa e podem apresentar restrições de drenagem após 60cm de profundidade.
A produção agrícola nestes solos é bem diversificada, destacando-se culturas de feijão, milho, trigo, soja, fumo, arroz, batatinha, mandioca e banana.
Os Cambissolos derivados de basalto ocorrem na porção mais dissecada do relevo, normalmente em relevo forte ondulado e montanhoso. São normalmente pouco profundos, eutróficos ao longo do perfil, com elevados valores da soma de bases. Têm no relevo, pedregosidade e pequena profundidade dos perfis as principais limitações ao uso agrícola. Práticas simples de manejo são utilizadas no preparo destes solos; é comum na área, o uso de tração animal.
São intensamente utilizados com cultivos anuais e perenes, bem como diversificados, em nível de pequenas propriedades rurais, dada à intensa colonização ali instalada.
Num cultivo racional, seriam necessárias práticas conservacionistas sofisticadas estando sua melhor utilização relacionada ao reflorestamento.
São encontrados ainda Cambissolos derivados de rochas do Pré-Cambriano. Estes solos são rasos ou pouco profundos, com horizonte A proeminente ou moderado, de baixa fertilidade natural, quase sempre apresentando textura cascalhenta. Apresentam fortes limitações ao uso, devido à presença de afloramentos de rocha e/ou pedregosidade e sua localização em áreas de relevo muito dissecado. São quase que exclusivamente utilizados como pastagens naturais, ou não utilizados. Em pequena escala, são usados com cultivos anuais, principalmente nas áreas de colônia, ao nível de pequenas propriedades rurais.
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Areias Quartzosas (Neossolos)

Compreendem solos minerais profundos, a muito profundos, não hidromórficos, pouco evoluídos, de textura arenosa.
São excessivamente drenados, com seqüência de horizontes do tipo A e C, de coloração clara e avermelhada. Apresentam horizonte A moderado e praticamente não dispõem de reservas de minerais primários de fácil intemperização.
Desenvolvem-se a partir de sedimentos arenosos do Holoceno e Pleistoceno em áreas de relevo plano e suave ondulado, sob vegetação Pioneira e Floresta Ombrófila, na Unidade de Relevo Planície Gaúcha (Norte) e de materiais derivados de arenitos, neste caso situados em latitudes variando entre 500 e 800 m, com A proeminente em relevo ondulado e suave ondulado, na Unidade de Relevo Patamares da Bacia do Paraná.
Apresentam baixos valores de soma e saturação em bases, geralmente com alumínio trocável elevado. A incorporação de matéria orgânica nestes solos constitui prática bastante recomendável, tendo em vista, principalmente, aumentar a CTC e a capacidade de retenção de umidade, além das práticas normais de calagem e adubação.
Os principais cultivos de abacaxi do Rio Grande do Sul encontram-se nas áreas de ocorrência destes solos; além disso, observando-se pequenos cultivos de milho, mandioca, batata-doce e abóbora. A utilização mais adequada para estes solos é com pastagem e reflorestamento.
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Areias Quartzosas Hidromórficas Húmicas (Neossolos)

Compreendem solos imperfeitamente a mal drenados, essencialmente quartzosos e de textura arenosa, derivados de sedimentos arenosos do Holoceno.
Apresentam seqüências de horizontes A e C. O horizonte A, de aproximadamente 30 cm de espessura tem teores de carbono superiores a 5,0 %. Segue-se o horizonte C de cores acinzentadas ou bruno-amareladas nos matizes 5YR a 10 YR, geralmente com mosqueados.
São solos profundos a medianamente profundos que apresentam lençol freático próximo a superfície, conferindo-lhes características de hidromorfismo.
Os altos teores de carbono orgânico no horizonte A proporcionam alta capacidade de troca de cátions na parte superficial, sendo a mesma baixa no horizonte C. Apresentam baixa fertilidade natural com pequenos valores de saturação e soma de bases e elevados teores de alumínio trocável.
São encontrados na Unidade de Relevo Planícies Descontínuas, sob Vegetação Pioneira de Influência Marinha, com pastagem nativa muito pobre, acarretando baixa lotação com pecuária de corte.
As propriedades químicas e físicas destes solos limitam o seu aproveitamento com culturas anuais, sendo recomendada sua utilização com reflorestamento, além da pastagem natural, tendo em vista a possibilidade de alagamentos constantes e a baixa capacidade de retenção de nutrientes.
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Solos Aluviais (Neossolos)

São solos minerais, não hidromórficos, pouco desenvolvidos e originados de sedimentos aluviais não consolidados.
Apresentam seqüência de horizontes A e C, sendo que o horizonte A está assentado sobre camadas estratificadas sem relação pedogenética e com granulometria, composição química e mineralógica muito variadas. Apenas o horizonte A possui características morfológicas definidas e próprias, que podem caracterizá-lo como horizonte pedogenético.
Geralmente estes solos apresentam cores claras, embora possam ocorrer cores escuras intercaladas entre as camadas. Possuem argila de atividade baixa e textura argilosa, siltosa ou franca.
A ausência de horizonte Glei, dentro dos 60 cm de superfície, constitui a principal diferenciação entre esta classe e a dos solos Glei Húmico e Pouco Húmico.
Localizam-se em áreas planas, nas planícies de inundação dos rios, sob vegetação Pioneira de Influência Fluvial e Estepe.
As condições de má drenagem e as freqüentes inundações limitam a utilização agrícola destes solos. Eventualmente são usados com pastagem extensiva e cultivo de milho.
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Vertissolo (Vertissolos)

Compreende solos minerais que apresentam pronunciadas mudanças em volume decorrente da variação do teor de umidade, fendas profundas (1 cm de largura até uma profundidade de 50 cm), em alguma época do ano, nas regiões onde há pelo menos algum período seco, presença de superfície fricção ou slickensides decorrente da movimentação da massa de solo, microrelevo gilgaie agregados estruturais cuneiformes que são inclinados e formam um ângulo com a horizontal.
Suas propriedades de contração e fendilhamento, quando secos, e expansão, quando úmidos, são devidas ao predomínio de argila do tipo 2:1, com dominância de montmorilonita, seguida da vermiculita.
Apresentam seqüência de horizontes do tipo A e C ou A, B/C ou ainda A, A/C e C, com horizonte A do tipo chernozêmico.
São solos de alta saturação e soma de bases com elevados teores de cálcio e magnésio, sendo constatados muitos perfis com concreções de carbonatos de cálcio no horizonte C.
São em geral de coloração preta ou bruno-acinzentado-escura no matiz 10YR.
Na Unidade de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha ocorrem em relevo plano nas áreas deprimidas ou ao longo dos cursos de água, sendo derivados do basalto. Nas depressões do Rio Ibicuí são desenvolvidos de argilitos, siltitos e folhelhos ocupando áreas de relevo plano até ondulado. As áreas de maior ocorrência localizam-se ao sul de Bagé e estão sob vegetação de Savana e Estepe.
São solos difíceis de serem trabalhados, pois são muito duros quando secos, formando torrões compactos, e muito plásticos e muito pegajosos, quando molhados, aderindo aos implementos agrícolas. Necessitam de um estado ótimo de umidade para serem arados. São moderadamente sujeitos à erosão, requerendo cuidados de conservação, quando cultivados.
A maior parte destes solos é utilizada com pastagens naturais de boa qualidade e em menor escala com culturas de trigo, sorgo e milho. Observam-se cultivos de arroz em algumas áreas planas.
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Solos Litólicos (Neossolos)

Compreende solos pouco desenvolvidos, rasos que possuem o horizonte A diretamente assentado sobre a rocha ou sobre um pequeno horizonte C, geralmente com muito material de rocha em decomposição.
Apresentam-se bem a acentuadamente drenados e com características morfológicas, físicas e químicas muito variáveis em função do material originário, ocorrendo nas Unidades de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha, Planalto das Araucárias, Patamares da Bacia do Paraná e Planalto Sul-Rio-Grandense.
Quando derivados de basalto, possuem alta fertilidade natural devido aos valores de soma e saturação em bases e aos teores muito baixos de alumínio trocável.
Podem ocorrer em áreas de relevo suave ondulado ou ondulado, como, por exemplo na Unidade de Relevo Planalto da Campanha Gaúcha, sob vegetação de Savana, Estepe, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Decidual.
A principal utilização destes solos é com pastagem natural, em nível de grandes propriedades rurais. Suas principais limitações dizem respeito à profundidade dos perfis e à presença de pedras e/ou afloramento de rocha em alguns locais. O melhoramento das pastagens, com a introdução de leguminosas de inverno, constitui prática bastante recomendável, tendo em vista as boas propriedades químicas destes solos.
Igualmente podem ocorrer em áreas de relevo ondulado ou montanhoso. Nestas áreas de vegetação originalmente florestal, desenvolveu-se intensa colonização em nível de pequenas propriedades rurais, sendo o manejo do solo feito de maneira bastante rudimentar devido à forte limitação do relevo e à alta pedregosidade. Apesar destes fatores limitantes, são intensamente utilizados com culturas bastante diversificadas, como milho, feijão, frutíferas e outras. Este fato decorre, principalmente, das boas propriedades químicas destes solos e da estrutura de posse efetiva da terra da região.
Derivados de folhelho, siltitos, argilitos e rochas cristalinas, encontram-se Solos Litólicos de média e alta fertilidade natural, sempre inferior a dos derivados de basalto, em relevo forte ondulado ou montanhoso, de textura argilosa, silitosa ou média.
Quando derivados de arenito, possuem cor que varia de preta a bruno-avermelhado-escura, textura arenosa ou média, baixa fertilidade natural e normalmente utilizados com pastagem.
Os Solos Litólicos Húmicos possuem, em geral mais de 4,0 % de carbono orgânico, baixa fertilidade natural e altos teores de alumínio trocável. Se derivados de rochas vulcânicas ácidas, situam-se em relevo suave ondulado ou ondulado, com altitude em torno de 1100 m, e sob vegetação de Savana. Quando se tem como material de origem, arenitos, folhelhos e siltitos podem ocorrer em relevo desde ondulados até montanhosos.
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Dunas

Por não apresentarem processos pedogenéticos na sua formação, são considerados como Tipos de Terreno e não como solos.
Originam-se quase que exclusivamente de deposições eólicas de material areno-quartzoso, que mantém uma certa movimentação, dependendo da vegetação que as recobrem e dos ventos que as atingem.
A utilização agrícola destes tipos de terreno é inviável. É importante que sejam protegidas por vegetação, de modo a mantê-las fixas, visando à preservação do meio ambiente.
Ocorrem na Unidade de Relevo Planície Gaúcha.

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Dunas Solos Litólicos Vertissolo Solos Aluviais Areiais Quartzosas Hidromórficas Húmicas Latossolo Vermelho Escuro Latossolo Roxo Terra Bruna Estruturada Intermediária Terra Bruna Estruturada Cambissolo Bruno Húmico Terra Roxa Estruturada Brunizém Vértico Podzólico Bruno Acinzentado Podzólico Bruno-Acinzentado Planossólico Brunizém Avermelhado Podzólico Vermelho-Escuro Planossolo Planossolo Vértico Cambissolo Latossolo Bruno Intermediário Areiais Quartzosas Planossolo Solódico Podzólico Vermelho-Amarelo